Tecnologia é aliada no combate à violência contra mulher no país

12/07/2016 às 20:30.
Atualizado em 16/11/2021 às 04:16

Leonardo Bortoletto*

Um fato que ocorre desde os tempos coloniais tornou um dos temas mais discutidos nos últimos meses: a violência contra a mulher. O caso da jovem de 16 anos, vítima de um estupro coletivo no Rio de Janeiro mobilizou pessoas e governantes na luta contra esses abusos. Dados levantados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) revelaram que uma mulher é estuprada no Brasil a cada 11 minutos, sendo que 47,6 mil foram estupradas em 2014.

Além disso, a violência contra a mulher tem englobado a pornografia de vingança com o uso da tecnologia. A internet tem sido usada de forma prejudicial em muitos casos. Tudo que cai na rede viraliza muito rápido. Alguns homens usam das ameaças e das redes sociais para denegrir a imagem de uma mulher. Aproveitam a intimidade do casal registrada em fotos e vídeos para cometer o crime.

Segundo a ONG Safernet, especializada em segurança na rede, em 2014 ocorreram 224 pedidos de ajuda; contra 25 ocorridos em 2010; sendo que o perfil das vítimas era jovem e do sexo feminino.

Esses dados refletem muito a violência contra a mulher. A verdade é que a sociedade ainda vê as mulheres como se fossem diferentes dos homens e de um gênero inferior. Mas, a discussão é como a tecnologia pode mudar esse cenário, inclusive porque a lei na internet não deixou esses casos de lado e destaca trechos no Marco Civil para reger esses crimes.

O documento tem colaborado nesses casos para quebrar o sigilo e tirar da rede esses conteúdos. Com o Marco Civil, muita coisa mudou, principalmente, em relação à privacidade do usuário e dos provedores de conteúdo. É o que mostra o Artigo 22 da lei, que afirma que é possível fazer uma notificação direta aos provedores, pedindo a retirada do conteúdo. Caso não removam esses dados, os sites se tornam responsáveis pelos danos[INTERTITULO].

Os apps e a segurança
A fim de combater e ajudar mulheres que sofreram ou sofrem com violência[/TEXTO], a tecnologia trouxe alguns sites e aplicativos capazes de minimizar a incidência desses crimes.

A rede é um ambiente aberto, mas é um espaço para ser usado para as coisas boas, e os aplicativos e provedores que ajudam essas mulheres violentadas é a prova disso.
Entre esses aplicativos está o Clique 180, lançado em 2014, onde é possível denunciar os crimes; o ‘Sai pra Lá’, que mapeia em denúncias anônimas os locais dos assédios; o Agentto, que permite informar aos usuários o que está acontecendo de errado, muito utilizado por grupos de 12 pessoas, e a ONG Safernet, site para denúncias de violência virtual.

As opções são inúmeras, e as chances de diminuir esses casos também. O importante é que o Brasil está finalmente abrindo os olhos para esse tipo de crime.

(*) Especialista em Inteligência Digital; presidente executivo da SUCESU Minas; vice-presidente da SUCESU Nacional e Conselheiro titular do MGTI

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