Tecnologias digitais são capazes de controlar epidemias?

06/07/2016 às 06:00.
Atualizado em 16/11/2021 às 04:10

Claudio Muruzabal*

Temos em nossas mãos, atualmente, uma histórica oportunidade: produzir um avanço forte e sustentável na saúde da população da América Latina. Isso porque já está disponível, e sendo utilizada com sucesso em várias partes do mundo, uma inovação tecnológica que pode controlar epidemias.

O que está faltando, então, para tornar realidade na América Latina essa possibilidade? De um lado, é a velha dificuldade de capturar e organizar dados para depois analisar e agir em tempo real. De outro lado, é a falta de capacidade de converter processos e trabalhar em conjunto com governos e agências de controle para modernizar as regras e adaptá-las ao novo cenário digital. 

Nos últimos três anos, a América Latina teve um grande avanço na transformação digital das empresas mas, no entanto, ainda há um longo caminho para ser percorrido na área da saúde pública, especialmente quando algumas economias locais têm sido impactadas negativamente.

A boa notícia é que, em toda a América Latina, as agências estão conscientes do valor de analisar grandes volumes de dados e estão avaliando como aplicar a inovação tecnológica para enfrentar os desafios de epidemias como as da zika, chikungunya e dengue, dentre outras.

A preocupação tem fundamento. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), foram registrados cerca de 700 mil casos de chikungunya na América Latina, e se estima que aproximadamente 4 milhões de pessoas na região estão arriscadas a contrair zika em 2016. Nesse cenário, empresas ligadas à inovação podem desempenhar um papel importante, com sistema de gestão de resposta e controle de surtos. 

No caso da epidemia do ebola, na África, em 2014, surgiram desafios complexos, tais como o controle de uma doença facilmente transmissível, que crescia exponencialmente e se espalhava por regiões geográficas diferentes. Era imprescindível ter uma estratégia de prevenção e estabelecer meios precisos para avaliar a dispersão. 

Isso foi possível por meio de uma plataforma que conta com um aplicativo móvel, com o qual é possível identificar infecções emergentes e casos suspeitos e compartilhar informações em tempo real, para acelerar a tomada de decisão. 
Essas iniciativas mostram como a transformação tecnológica pode unir governos e o setor privado para gerar um impacto substancial na saúde.

(*) Presidente da SAP América Latina e Caribe, líder no mercado de aplicações de software empresarial

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