Aristóteles Drummond*
O país não pode ficar em compasso de espera, é sempre bom repetir. Os Estados precisam ver suas dívidas renegociadas e devem entregar ativos para o BNDES liquidar a preços de mercado. E mais: têm de ter rigor na aplicação da lei de responsabilidade fiscal, na proibição de novas dívidas. Muita coisa pode ser feita sem gastar, mas atraindo de forma sólida o investidor em negócios e não o especulador, que vem usufruir de nossos juros exorbitantes.
O sistema financeiro precisa ter uma política mais séria em relação ao crédito. Os juros são altos muito pela irresponsabilidade com que se empresta a quem não paga. E para que servem os cadastros e os analistas de crédito?
Parece que todos estão se habituando à atividade estéril dos debates sobre problemas nacionais, quando precisamos é de soluções em curto prazo. Está havendo uma elitização da vida democrática, o povo sofrendo e a turma mais protegida discutindo temas políticos, econômicos, sociais e até religiosos.
O urgente é o emprego, o ajuste nas contas, o feijão na panela do povo. Urgente, e custa pouco investimento, é a volta do respeito às salas de aulas, em todos os níveis da escola pública, onde impera o desrespeito mais inadmissível.
Ainda temos que ver o grevismo sem controle, a omissão das delegacias do Trabalho e da própria Justiça, quando não do patronato acomodado, como os bancos que se permitiram ser reféns de uma greve política, como esta recente. O povo mandou bons recados na eleição, com votos nítidos por mais gestão e menos confusão. Os eleitos ou os que passaram para o segundo turno são nomes que ganham dimensão pelo que são e pelo que representam.
O povo quer acabar com a impunidade, e virar essa triste página para ver a pauta nacional voltada para o crescimento na economia e no social. O tempo passa e a tradição de “empurrar com a barriga” prevalece. Mas, dessa vez, a crise é realmente grande, mas o país, maior ainda.
Não se trata de defender isso ou aquilo, mas de encarar uma realidade. O que pode e o que deve ser feito!