Trabalho, educação e gastronomia

12/04/2017 às 19:57.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:07

Frederico Divino *

Entendido pela economia como o fator de geração de renda e lucro, o trabalho é visto como uma mola para a emancipação financeira das pessoas: os trabalhadores poderiam, por meio dele, atuar na economia local, por exemplo. Entretanto, de acordo com alguns cientistas sociais, o trabalho é visto como um processo educativo, por meio do qual ocorreriam transformações da realidade. Através dele as pessoas entrariam em contato com vários outros processos e poderiam transformar as próprias realidades por meio de um contínuo processo de aprendizagem. Fato é que o trabalho está ligado à vida das pessoas desde os primórdios da humanidade, seja para a venda da sua força de trabalho para o mercado e geração de renda de forma autônoma (visão financeira), seja para a integração social, transformação de si próprio, aprendizagem, dentre várias outras formas de ligação.

Nesta mesma perspectiva, a educação apresenta-se com diversas abordagens e linhas de pensamento. A educação profissional, por exemplo, tem por objetivo oferecer aos trabalhadores uma formação que os qualifique para suprir as demandas e necessidades do mercado. Outras linhas educativas empenham-se em - além de uma linha extremamente tecnicista - formar cidadãos integrais, dotados de criatividade, pensamento crítico, poder de decisão e outras potencialidades humanas. Porém, a educação, tanto quanto o trabalho, possui várias linhas de pensamento e ação, cabendo ao estudante optar por qual processo formativo ele passará.

Aliando as duas áreas, a gastronomia - destacada na mídia e nas diversas áreas científicas atualmente - vem trazendo consigo a necessidade de encontrar trabalhadores bem qualificados e que se proponham a aperfeiçoar-se cada vez mais. Com diversas vertentes de atuação profissional:os gastrólogos, cozinheiros, chef’s, confeiteiros, auxiliares de cozinha e vários outros trabalhadores entendem a real necessidade de entrarem nesse processo educativo para acompanharem as grandes inovações que surgem a todo momento. A gastronomia busca incansavelmente por trabalhadores que possuam domínio técnico e, principalmente, sejam dotados dos variados potenciais humanos na integralidade. Os diversos profissionais dessa área, assim como qualquer outra, deveriam buscar processos formativos que ofereceriam a eles muito além de uma formação técnica na área, uma formação integral que os veja como cidadãos inseridos em uma sociedade que poderiam transformar suas próprias realidades.

O trabalho e a educação caminham de mãos dadas há longa data e isso traz benefícios diretos para todos os trabalhadores. Cabe a eles combinar estas duas áreas da melhor forma para produzir frutos benéficos. É dever de cada um informar-se de todos os processos que os cercam para se posicionar de forma crítica e reflexiva ao longo da vida.

(*) Gastrólogo, mestre em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local. Professor nos cursos de Gastronomia e Nutrição nas Faculdades Promove e Kennedy de Belo Horizonte

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