Tragédia anunciada

29/05/2018 às 20:26.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:20

Aroldo Rodrigues* Não costumo apoiar greves, acredito que na maioria das vezes os problemas podem ser resolvidos com outras estratégias, como um bom diálogo e capacidade de negociação. Outro ponto pelo qual tendo a não aprovar esses movimentos é a motivação política que se encontra nos bastidores.  Partidos, a maioria de esquerda, se apoderam dos movimentos e aproveitam as mínimas pautas para causar transtorno e levantar suas bandeiras políticas. Mas sou solidário ao movimento dos caminhoneiros por reconhecer a ausência dos dois pontos citados. </CS>Acompanhei os representantes da classe citarem as inúmeras tentativas de negociação com o governo, as pautas foram apresentadas à Casa Civil há quase um ano. A resposta do governo sugeria que os líderes dos caminhoneiros propusessem uma solução, visto que a política de reajustes da Petrobras não poderia ser alterada. Ora, a função do governo é j propor soluções se não detém essa capacidade e poder, o que estão fazendo em suas cadeiras? O problema é que falta um choque de realidade a alguns setores do governo. A Articulação Política e a Casa Civil vivem em um contexto que não corresponde ao mundo real . Não é necessário ser membro da alta cúpula do Planalto ou um profundo entendedor de logística para prever uma gigantesca crise de abastecimento, caso os caminhoneiros levassem a diante a paralisação que ora prometiam fazer.  Podemos dizer que o acordo foi fechado e o problema foi “resolvido”. Uso as aspas para deixar claro que a solução proposta não liquida a questão, somente altera o bolso de quem paga a conta. Nós, consumidores, que iremos pagar a redução dos preços do diesel. Isso não quer dizer que sou contra a política de preços da Petrobras. O preço do insumo (barril de petróleo) com certeza impacta no valor do produto final, e respectivos aumentos devem ser repassados. A raiz dos problemas é o monopólio estatal. Sem competição do livre mercado, ficamos reféns de uma única empresa, que dita as regras de um insumo tão importante para a vida de um país. Será que realmente “o petróleo é nosso”?  *Economista, pós-graduado em Consultoria Empresarial, palestrante e professor universitário  

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