Trombose Venosa Profunda: o que é preciso saber

24/09/2018 às 06:00.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:36

Bruno de Lima Naves (*)

A trombose venosa é a formação de um trombo dentro de uma veia, que dificulta ou impede a passagem do sangue de retorno para o coração naquele segmento. Pode acontecer em qualquer veia do corpo, mas em sua maioria, 85% a 95%, acontecem nos membros inferiores ou até mesmo na região do quadril, sendo mais grave quanto mais alta ela for. No Brasil, que atualmente tem 208 milhões de habitantes, pode ter até 400 mil casos novos por ano.

O sintoma mais comum é um endurecimento da musculatura da panturrilha, acompanhado de dor, inchaço, vermelhidão na perna e aumento das veias mais superficiais. Geralmente acomete um membro só. Existe a possibilidade deste coágulo se desprender da parede da veia e ir em direção ao pulmão causando a embolia pulmonar, obstrução na circulação do órgão, que pode causar quadro de falta de ar, tosse acompanhada de sangue, dor no peito de forte intensidade e, em casos extremos, a morte. 

Passada a fase aguda, mesmo sendo muito bem tratada, a veia acometida não volta ao funcionamento normal, podendo causar, no futuro, a insuficiência venosa crônica, que pode ter como consequência a formação de úlceras (feridas), eczema (coceira), varizes e um inchaço crônico.

O principal fator que leva uma pessoa a ter trombose é a imobilização prolongada. Além disso, existe um problema genético chamado trombofilia: a pessoa nasce com tendência maior para formar trombos. Outros fatores de risco são: idade avançada, excesso de peso, uso de hormônios femininos associado ao tabagismo, cirurgias prolongadas, doenças que precisamos ficar acamados por muito tempo, câncer, varizes, fase final da gravidez, o período imediato após o parto e a chamada trombose do viajante. 

Para completar o diagnóstico, além do exame clínico, é necessário exame de sangue e/ou exame de ultrassom chamado Doppler colorido venoso. O tratamento é com medicamento anticoagulante. Outras medidas como repouso com as pernas elevadas e o uso de meias elásticas medicinais podem ser necessárias. Em casos mais graves pode haver a necessidade de intervenção cirúrgica. Porém, hoje em dia, boa parte dos tratamentos pode ser realizada de forma ambulatorial, principalmente nas tromboses mais distais, aquelas abaixo do joelho.

O paciente que teve trombose deve ser acompanhado pelo angiologista ou cirurgião vascular para evitar a síndrome pós-trombótica, que é um conjunto de sinais e sintomas que acontecem alguns anos após o evento.

Para prevenção: mexa-se! Evite a imobilização prolongada. Conheça o histórico vascular de sua família. Pare de fumar. Cuide bem do peso. Obesos têm mais chance de ter trombose. Faça uma atividade física regular e procure tonificar bem sua panturrilha, nosso coração venoso periférico. Se tiver varizes, trate.

(*) Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV)

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