Trump e o 'Miscomunication'

01/02/2017 às 20:41.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:39

José Roberto Securato Junior *

Eu admito: não sei do que esperar do governo Trump. Aliás, o senhor Donald Trump assumiu o posto de 45º presidente dos Estados Unidos no dia 20 de janeiro e eu estava em Nova York, vivendo um pouco da ansiedade, da tensão e do conflito. Ainda estou estupefato com o “miscomunication”, normalmente traduzido como “falha de comunicação”, mas, deveria ser traduzido como “comunicação enganosa” (não importa se intencional ou não) em torno do assunto.

Somos muito mal informados pelas redes sociais. Isto sim é um câncer. Qualquer coisa pode virar notícia, sem compromisso com a verdade. Se “viralizar”, então, praticamente “vira verdade”. 

A posse de Trump foi transmitida ao vivo pelo Facebook, mais de 140 mil pessoas acompanharam, comentaram, se expressaram. Incrível! É interagir com a sua TV, é interagir com o “Jornal Nacional”. Finalmente, você vai poder falar boa noite no final do programa e alguém vai ouvir.

Críticas versus fatos 1: “O discurso de Trump não foi um discurso de estadista, parecia que estava em campanha”. O charme dele é justamente este: o novo presidente não é um político treinado, esperem dele coisas diferentes dos últimos 44 presidentes norte-americanos. Algumas coisas serão piores, mas espero que outras sejam melhores e possam inspirar alguns líderes no mundo.

Críticas versus fatos 2: “Trump é um palhaço”. Não faço a menor ideia, parece que ele não leva as coisas tão a sério e não tem consistência. Ou talvez ele seja só um cara de pau pragmático que faz o que precisa para conseguir o que quer. 

Críticas versus fatos 3: “A escolha da (milionária) Betsy Devos para a assumir a Secretaria de Educação foi um mau começo”. E isso foi mesmo. Ela não tem preparo para ser representante das mães do ano na escola da minha filha. Vergonha alheia! Um adendo: ela deu US$ 200 milhões para a campanha de Donald Trump. 

O governo Trump não será tão ruim como muitos pregam por duas razões. Primeira, não há uma análise isenta, imparcial, racional do que este governo fará ou deixará de fazer. Segundo, a máquina dos Estados Unidos funciona e imporá limites às loucuras do presidente Trump e equipe.

(*) Vice-Presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (IBEVAR)

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