Um crime, muitas emoções e uma grande reviravolta

29/01/2021 às 19:19.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:03

Mauro Condé*

“Há uma famosa lenda onde todos, quando morrem, recebem aqueles hashis (pauzinhos de comida oriental) muito compridos, compridos demais para se alimentarem. Assim, no inferno, todos morrem de fome, porque não conseguem pegar o alimento e colocá-lo na boca. Mas, no céu, as pessoas pegam os mesmos pauzinhos e alimentam umas às outras” - Jennifer 8. Lee

Acabo de voltar de uma viagem rumo ao conhecimento, usando como meio de transporte excelentes vídeos do Youtube, com as melhores entrevistas do mundo.

Eles me levaram para a Califórnia, Estados Unidos, onde fui recebido pelo lendário jornalista Larry King, falecido no dia 23 último, a quem fui logo pedindo:

Ensina-me algo que eu ainda não saiba e tenha o poder de mudar a minha vida para melhor.

Aprenda a arte de contar boas histórias para se destacar no meio da multidão.

Ele se recordou do dia em que entrevistou um policial que vivia numa cadeira de rodas, paralisado do pescoço para baixo.

Ele ficou paralisado após levar um tiro à queima roupa de um adolescente negro quando atendia a um chamado para investigar o roubo de bicicletas no Central Park.

Algum tempo depois, retornou ao trabalho, na função de Relações Públicas.

Um dia, curioso, decidiu ir até a cadeia onde o garoto que atirou nele cumpria pena.

Ele foi de cadeira de rodas e encarou de frente o menino e quis saber dele a razão daquela brutalidade.

O rapaz disse que era entregador de comida e estava com a bicicleta que tinha acabado de comprar para fazer suas entregas e financiar seus estudos.

Confessou que seu irmão mais velho era fugitivo da polícia e que ele tinha se afastado da cidade, deixando para ele uma arma, para que se protegesse em caso de perigo.

Apesar de ter a arma disse que nunca tinha passado pela sua cabeça utilizá-la, mas após o sargento se transformar no 5º policial a abordá-lo no parque somente na manhã daquele dia, sentiu revolta e num instinto, se desesperou e atirou.

Os dois se fitaram entre lágrimas e o garoto surpreendeu o sargento perguntado se ele o teria parado, por causa da bicicleta, caso ele fosse um adolescente branco.

O sargento respirou fundo, pensou e respondeu que certamente não o teria parado nessas condições.

Depois daquele encontro, o sargento se tornou um grande amigo do garoto e se transformou no seu mentor mesmo depois de ele sair da prisão .

Hoje, aquele rapaz trabalha como policial que patrulha as ruas de Nova York.
 

*Palestrante, Consultor e Fundador do Blog do Maluco.
 

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