Uso da Inteligência Artificial na saúde

25/11/2020 às 20:23.
Atualizado em 27/10/2021 às 05:08

Rosangela Silqueira Hickson*

Não é segredo que a inteligência artificial está sendo testada em ambientes clínicos ao redor do mundo, mas será que podemos aplicar algoritmos sofisticados a sistemas de saúde completamente defasados? 

Um exemplo é a plataforma Watson, criada em homenagem a um dos fundadores da IBM, usa a inteligência artificial. Ficou claro que faria sentido por múltiplas razões, desde o início o seu uso na área da saúde.

A vantagem é que a IA pode usar dados não estruturados, usados para informar casos individuais de pacientes.

A IA pode ser usada para extrair insights de uma enorme quantidade de dados e está sempre crescendo em tamanho e complexidade. 

Sob esta ótica, a inteligência artificial possui grande potencial para ser usado em qualquer lugar onde esteja armazenado uma grande quantidade de dados. A área da saúde é um exemplo. Possui um volume enorme de dados a serem utilizados.

Na maioria das vezes, os processos que são rotineiros e repetitivos ainda são feitos manualmente, e o sistema seria muito beneficiado se tomado pela automação com todas as medidas de segurança e privacidade necessárias que as normas exigem.

Isso poderia liberar a capacidade do profissional, o médico ou o enfermeiro para tarefas mais valorizadas do que rotineiras e repetitivas. Em todas as áreas da saúde, há um potencial inexplorado e incrível para melhorar. O profissional de saúde poderia se concentrar em uma abordagem preventiva, não apenas curativa como é feita hoje.

A área de oncologia, é uma das áreas em que está sendo focada especificamente. Existem mais 70 mil novos estudos, artigos e evidências todos os anos em oncologia. Estes dados não deveriam beneficiar apenas um indivíduo. 

O indivíduo que trabalha nele terá então usar menos tempo em busca das informações e pode gastar mais tempo estudando o caso do paciente e estudando as informações baseadas em evidências encontradas. 

Supercomputadores como o Watson AI foram colocado em estudos clínicos desde o início, a fim de ter certeza de que foi testado suficientemente. É geralmente assim que a tecnologia de saúde é trabalhada e testada.

O estudo do uso da IA no atendimento ao paciente e na tomada de decisões já vem sendo feito. O feedback tem sido positivo.

O uso da IA não visa substituir pessoas, mas substituir tarefas e liberar a capacidade dos profissionais para tarefas menos repetitivas. Isto significa criar empregos e competências que antes não existiam.

No entanto, há um consenso de que precisamos explicar à sociedade o que significa IA, e que não é um exército de robôs assumindo os sistemas; em vez disso, é basicamente uma coleção de ferramentas.

A mudança já está ocorrendo. Os dados de IA já estão sendo utilizados, especialmente pelas novas gerações de profissionais médicos que estão trabalhando com os dados com mais naturalidade.

Esperamos que nos próximos dez anos, possamos ter profissionais de saúde gastando menos tempo em tarefas mecânicas, repetitivas e mais tempo em processos de prevenção e cura das doenças.

*Doutora em Bioinformática, coordenadora do Mestrado profissional em Tecnologias Aplicada á Saúde, coordenadora do Núcleo de Educação à distância, professora dos Cursos de Tecnologia da Informação da Faculdade Promove de Tecnologia.
 

  

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