Vamos dar uma chance à vida

18/01/2018 às 22:30.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:50

Maurilio Pedrosa* 

Além das informações dos graves acontecimentos sobre rebeliões e mortes nos presídios do Brasil nas primeiras semanas de 2018, outras duas notícias nos chamaram a atenção nesse mesmo período.

A primeira foi a divulgação de uma pesquisa realizada pelo Datafolha, mostrando que 57% da população brasileira é a favor da aplicação da pena de morte no país. A segunda foi a confirmação, pelo Tribunal de Justiça e Governo de Minas Gerais, da retomada de programas de prevenção à criminalidade em Minas, que estavam paralisados desde agosto de 2017 por determinação judicial. Os programas Fica Vivo!; Mediação de Conflitos; Ceapa - Programa Central de Acompanhamento de Penas e Medidas Alternativas e Presp - Programa de Inclusão Social de Egressos do Sistema Prisional são de fundamental importância, pois contribuem para minimizar as ocorrências de crimes em mais de 200 bairros de perfil vulnerável em nosso Estado.

Por ser demasiadamente crítica no Brasil, a questão da segurança pública é muito mais percebida e noticiada em suas consequências do que em suas causas.
E essa visão não é injustificada. Somente em 2016 foram 61.619 mortes violentas no país; a sociedade está com medo, indignação e um forte sentimento de impunidade em relação aos criminosos, de nenhum ou pouco suporte às vítimas e suas famílias.

No entanto, ao investir em programas de prevenção à criminalidade e educação, quanto mais olharmos para as causas da criminalidade, teremos uma perspectiva muito maior de redução da violência e reincidência criminal, assim como de todas as consequências que ela traz. Isso dá mais trabalho, mas precisamos nos mobilizar e agir em conjunto.

Entendemos que cada vida é preciosa e que nossa luta deve ser contra toda e qualquer forma de violência e morte, na sociedade ou dentro das prisões. Eliminar sim o criminoso que existe dentro de cada um deles, mas salvar os homens e mulheres, com ações transformadoras que visem a sua recuperação, inserindo-os em numa comunidade de paz.

Caminhos existem, recursos também; são necessários vontade política e o interesse comum para que as pessoas possam viver com dignidade e caráter, à margem dos caminhos do crime.

* Gestor do Minas Pela Paz

  

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