Luís Antônio Rossi Westin*
“Ai, meu Deus!”, exclama o leitor mais crédulo ao passar pelo título deste artigo, batendo três ou mais vezes na madeira, que é “para garantir”, ele diz.
Garantir o quê? Pergunto eu de cá. Que se afastem os maus agouros que rondam este assunto? Que a morte não chegue? Ledo engano, meu caro amigo... ela virá e de maneira inapelável! O que não se sabe é quando.
O que não é sabido também é que a morte se apresenta de diferentes formas. Explico-me: não me refiro aqui ao perecimento físico, aquele que comumente nos leva aos velórios, sepulcros e às flores de Finados. Não. Refiro-me a uma forma muito mais sutil e corriqueira que, ao contrário da conhecida, não nos encontra somente uma vez ao final da vida.
Aquele que já sentiu um vazio interno, uma prostração mesmo no gozo de excelente saúde, conhece a sensação capaz de inebriar o mais venturoso dos homens. Essa é a morte que nos acomete todas as vezes em que perdemos de vista o ideal da vida, quando nada mais faz sentido.
Nos idos de 1946, o pensador e humanista González Pecotche pronunciou aquilo que é mais atual do que nunca: “quem vive sem um ideal, leva a morte sobre os ombros”.
O ideal é aquilo que cada um forja como poderoso estímulo para alcançar os seus objetivos. Quanto mais superior é esse ideal, mais felizes são as realizações humanas.
Lutamos dia após dia em meio às adversidades, nos sacrificamos pelo bem maior (como aquele que pretendemos conceder à família que constituímos), empenhamos nossos melhores esforços. Tudo isso se, somente se, tivermos um verdadeiro ideal. Perder esse ideal é equivalente a perecer em vida. Manter o ideal em mente é aproveitar todas as oportunidades que vida nos dá para evoluir.
Que estejamos prontos para pensar cada vez mais, para preencher a vida com o mais puro colorido da alegria da realização e do verdadeiro significado de viver, muito além do sofrimento que, infelizmente, sói acompanhar este tema.
(*)Advogado e pesquisador de Logosofia