Mauro Condé *
“Prefira pedir perdão do que ficar pedindo permissão” – Warren Buffett, maior investidor do mundo.
Acabo de voltar de uma viagem rumo ao conhecimento usando como meio de transporte excelentes livros sobre Liderança.
Eles me levaram para a Academia Naval dos Estados Unidos, onde fui recebido por L. David Marquet, a quem fui logo pedindo:
Ensina-me algo que eu ainda não saiba e tenha o poder de mudar a minha vida para melhor.
- Esqueça tudo o que você aprendeu sobre o que é liderar e comandar uma equipe.
Isso é o que ele nos ensina no seu famoso livro “Vire o Navio!”, onde ele conta como mudou o paradigma e os mitos que erroneamente marcaram o papel do líder de equipes por séculos e séculos.
Seu grande insight se deu no dia em que ele deuuma ordem considerada impossível e mesmo assim pegou a sua equipe tentando executá-la porque ordens superiores se obedeciam e não se discutiam.
Ao longo de 28 anos, Marquet tratou de derrubar os vários mitos sobre a arte de liderar, tendo como laboratório o inferno vivido dentro daquela “lata de sardinhas lotada de tensão, perigo e medo”.
Provou que líder não é um ser supremo todo poderoso que sabe todas as coisas e que dá ordens que não podem ser questionadas.
Transformou o líder num ser que distribui o poder e que comanda fazendo as perguntas certas ao invés de dar as respostas certas.
Para ele, o sucesso de um grande líder está na sua capacidade de promover a participação de seus colaboradores nas decisões mais difíceis e na capacidade de trocar o medo de errar pelo estímulo à curiosidade intensa através de treinamentos que aumentem a capacitação e minimizem os riscos de ação.
Se o medo é o maior inimigo de um colaborador, a segurança é o melhor antídoto que o líder pode aplicar à sua equipe, gerando o senso de pertencimento e aumentando o nível de engajamento de todos os envolvidos.
Ao invés de exigir certeza, o líder incentiva a participação de seus liderados, fazendo com que as opiniões de cada um sejam ouvidas e que elas possam ser expressas em termos de probabilidades de erros e acertos.
Marquet passou a comandar aquele submarino de difícil direção como se fosse a mais fácil de suas missões.
Trocou a cultura dos minis silos organizacionais onde imperava a filosofia do “eu” pela cultura das células interligadas orientadas pelo espírito do “nós”.
Vire o Navio! Incentive a gestão participativa e jamais terá que dar uma ordem em sua vida.
* Palestrante, Consultor de empresas e Fundador do Blog do Maluco.