O senador Antonio Anastasia (PSDB) garantiu ontem ao deputado federal Rodrigo Pacheco (PMDB) que ele será protagonista nas eleições estaduais em 2018. O tucano gravou um vídeo, no gabinete dele, ao lado de Pacheco e divulgou nas redes sociais. “Estamos conversando sobre política em Minas, sobre a dramática situação em que o Estado se encontra neste momento, para tristeza de todos nós, com o desgoverno que ocorre hoje em nosso Estado, e conversando sobre planos para 2018, para o próximo ano que é um ano eleitoral, onde o Rodrigo terá um protagonismo muito importante”, afirmou o senador.
O vídeo provocou um burburinho entre aliados. Não é para menos. Anteontem, Anastasia esteve ao lado de Dinis Pinheiro (PP) em evento promovido pelo pepista para lançar as bases da pré-candidatura dele ao governo de Minas. Dezenas de lideranças, especialmente municipais, compareceram ao evento.
Rodrigo Pacheco é tido como provável candidato em aliança com partidos do grupo de Anastasia e Pinheiro.
O vídeo do senador foi entendido como um recado aos aliados. O tucano afirmou que não será mesmo candidato e pediu união dos partidos que representam a oposição ao governador Fernando Pimentel (PT), pré-candidato à reeleição. A cabeça de chapa poderá ser Rodrigo ou Dinis. Quando se fala em protagonismo, certamente não se fala em vice-candidatura. Pelo desenho que se faz, o grupo do PSDB decidirá a candidatura apenas em meados do ano que vem e tentará uma composição com todos os nomes já colocados: Rodrigo, Dinis e até mesmo o ex-prefeito Marcio Lacerda. As vagas serão: cabeça de chapa, vice e senador.
No encontro com Anastasia, Pacheco deixou claro que caminhará com o grupo de oposição. “Estarei junto, sobretudo em razão de algo que nos une, que é a responsabilidade com o estado de Minas Gerais, sem intransigência, estou à disposição do povo de Minas Gerais, estou à disposição do senhor e de todo o grupo para fazermos uma política de alto nível, para resgatar o protagonismo de Minas Gerais”, concluiu.
O deputado federal deve mudar de partido para caminhar na ala oposicionista a Pimentel. O PMDB dele deve compor com o governador. Mas Rodrigo só sairá da legenda no próximo ano, com o cenário mais claro e após o término do mandato dele na Comissão de Constituição e Justiça.
Sem protagonismo
Quem não deve ter protagonismo na eleição ao governo de Minas é o senador Aécio Neves (PSDB). Ausente no evento de Dinis Pinheiro, aliados disseram que ele não foi convidado. Ontem, um dos articuladores da pré-candidatura de Dinis, o ex-deputado Danilo de Castro (PSDB), informou que Aécio foi convidado.
“Eu próprio fui pessoalmente a Brasília fazer o convite. O senador ponderou que não seria apropriada sua presença porque o PSDB ainda não definiu a quem vai apoiar, podendo, inclusive, lançar candidatura própria ao governo. O senador Aécio Neves foi o maior governador da história de Minas e seu apoio e a presença entre nós será sempre extremamente bem vinda, até porque o conhecemos bem. Sabemos que ele provará sua inocência face às acusações que lhe foram feitas”, escreveu Danilo de Castro.
Fato é que a presença de Aécio em palanques é desaconselhada por marqueteiros.