Conheça os motivos pelos quais o mercado escolheu Jair Bolsonaro

02/10/2018 às 21:32.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:46

O mercado já tem um escolhido: Jair Bolsonaro (PSL). No início da corrida pela Presidência da República, vários empresários e representantes de setores apontaram Geraldo Alckmin (PSDB) como preferido do mercado. Viam com bons olhos também João Amoêdo (Novo). Mas ele não conseguiu decolar. 

Passadas algumas semanas do início do horário eleitoral gratuito, ficou claro que a radicalização de posições e erros estratégicos na campanha (que demorou a perceber o impacto das redes sociais) custaram a ascensão de Alckmin.

Com duas posições consolidadas (Bolsonaro e Haddad), empresários e investidores começaram a aprofundar mais nas propostas econômicas dos dois candidatos que devem ir ao segundo turno. O resultado foi visto ontem. Bolsonaro em alta nas pesquisas, Bolsa seguindo mesmo movimento e dólar em queda. 
Mas, por que o mercado prefere Bolsonaro?

Porque ele tem proposta liberal e Haddad defende uma participação maior do Estado nas decisões. Bolsonaro fala em reduzir a relação dívida/PIB. Ou seja, aumentar o pagamento do serviço da dívida, reduzindo os juros da mesma. 

Desta maneira, haveria reflexos no déficit orçamentário. Para isso, Bolsonaro pretende privatizar empresas públicas e vender o máximo possível de ativos da União, como imóveis. “Estimamos reduzir em 20% o volume da dívida por meio de privatizações, concessões, venda de propriedades imobiliárias da União e devolução de recursos em instituições financeiras oficiais que hoje são utilizados sem um benefício claro à população brasileira. Algumas estatais serão extintas, outras privatizadas e, em sua minoria, pelo caráter estratégico serão preservadas”, diz ele no Programa de Governo.

É uma proposta que pode gerar caixa de forma mais rápida. Mas é como a economia doméstica. Se você está endividado e vende tudo o que tem para pagar a dívida, como fará em uma próxima crise? Ficará sem reserva. Obvio que diversos ativos deveriam ir à venda.

O candidato também pretende reduzir a carga tributária e unificar impostos, mas não diz como isso será possível. 

Já Fernando Haddad estruturou a campanha com base na área social. O Programa de Governo promete não privatizar ativos do governo. Ao contrário, tece duras críticas aos privatistas. “Vai interromper as privatizações e a venda do patrimônio público essencial ao nosso projeto de Nação soberana e indutora do desenvolvimento e adotar iniciativas imediatas para recuperar as riquezas do pré-sal, o sistema de partilha e a capacidade de investimento da Petrobras e demais empresas do Estado”, diz trecho do programa.

Na política externa, o candidato petista propõe o fortalecimento das relações multilaterais com países da América Latina e com os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Conforme o programa, seria uma forma de contrapor ao poderio comercial dos Estados Unidos.

Haddad deixa em aberto a possibilidade de revogar a reforma trabalhista e se dispõe a trabalhar por uma reformulação tributária. Ele afirma que isentará do pagamento do Imposto de Renda quem ganha até cinco salários mínimos. E, sem apresentar alíquotas ou dizer quem será afetado, promete aumentar o IR para quem ganha mais. “Quem vive do seu trabalho e recebe até 5 salários mínimos, por exemplo, ficará isento do pagamento do Imposto de Renda. Em compensação, o ‘andar de cima’, os super-ricos, pagarão mais”.

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