Conheça os principais pontos econômicos dos presidenciáveis

31/08/2018 às 19:51.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:13

Com um rombo orçamentário que ultrapassa os R$ 100 bilhões, mais de 13 milhões de brasileiros desempregados e uma indústria que já viveu dias melhores, o Brasil está à espera de alguém que possa ao menos dar uma perspectiva de resolução de problemas. Como a qualidade de vida depende de uma economia revigorante, trarei, nesta e nas próximas colunas, alguns dos principais pontos defendidos pelos presidenciáveis Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Jair Bolsonaro (PSL), Lula (PT) e Marina Silva (Rede) sobre medidas para recuperar o fôlego financeiro. São pontos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no programa de governo dos candidatos. Nesta primeira coluna, destacarei as propostas de Ciro Gomes e Alckmin. Ao analisá-los, o leitor deve ter em mente que não existem soluções milagrosas nem medidas unilaterais. Cada proposta desencadeia uma sucessão de efeitos. Por exemplo, reduzir a carga tributária é bom para que as empresas ampliem o investimento, porém é uma receita de que o governo abrirá mão. Na contramão, os candidatos deveriam apresentar propostas para que essa receita seja recuperada, de alguma outra forma.  O que diz Ciro O programa de governo de Ciro Gomes promete valorizar a produção industrial, como forma de gerar mais empregos. Porém, dentre as medidas concretas, há pontos conflitantes que levam o candidato ora pelo viés à esquerda ora à direita. Ciro propõe, por exemplo, acabar, em um primeiro momento, com 15% das desonerações, que são incentivos dados pelo governo federal para diversos setores produtivos. Mas ele também diz que irá reduzir o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, que é um tributo sobre o lucro. A alíquota hoje pode chegar a 35%. O candidato do PDT não discerne sobre em quanto pretende reduzir esse tributo. Por outro lado, ele diz que vai recriar um outro imposto, para incidir justamente sobre a renda e dividendos. Para completar, o candidato promete aumentar a alíquota do ITCD (o imposto sobre heranças) e reduzir o PIS/Cofins. Notem como o programa é contraditório.  O que diz Geraldo Alckmin Geraldo Alckmin (PSDB) pretende reduzir o déficit público vendendo estatais e também reduzindo o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica. Ele propõe uma alíquota que fique entre 20% e 25%. Ao contrário de Ciro, o programa do tucano não destrincha detalhes de como pretende zerar o déficit público. O material de Alckmin possui nove páginas e o de Ciro 62. No campo tributário, o tucano propõe a redução de cinco impostos, para criar um único. Já no que diz respeito ao comércio exterior, o candidato promete abrir ainda mais a economia. “Abriremos a economia e faremos com que o comércio exterior represente 50% do PIB. Isso é vital para retomarmos a agenda de competitividade do pais”, diz trecho do programa. Em tempo: uma das grandes reclamações do setor siderúrgico, por exemplo, é que o Brasil está aberto demais em um momento em que os mercados estão se fechando. Resultado: temos sobretaxas lá fora, que impedem o crescimento robusto das vendas dos produtos brasileiros, e abrimos nossas portas para os estrangeiros. Leia-se, chineses.   

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