Um grupo de quatro deputados do PMDB mineiro desembarcou no gabinete do senador Romero Jucá para tentar negociar a permanência do partido na aliança pela reeleição do governador Fernando Pimentel (PT) no próximo ano.
Participaram da negociação o presidente da Assembleia Legislativa, Adalclever Lopes, o também deputado estadual João Magalhães e os parlamentares federais Saraiva Felipe e Newton Cardoso Júnior. O encontro ocorreu na terça-feira, quando estavam intensas as articulações para salvar o mandato do presidente Michel Temer (PMDB). Alguns dos deputados encontraram-se na mesma noite na casa do parlamentar Fabinho Ramalho (PMDB), que promoveu um jantar de confraternização dos apoiadores do presidente.
Mais cedo, no gabinete, os quatro deputados pediram ao senador, que também preside o PMDB, que não deixe a cúpula da legenda - da qual Jucá faz parte - definir a política de alianças para as eleições de 2018 excluindo dela o PT, desafeto de Temer.
O PMDB fará uma convenção no dia 7 de novembro em Brasília. O temor da bancada estadual mineira é que, na ocasião, haja uma decisão “de cima para baixo”. Ou seja, que a cúpula partidária decida editar uma resolução proibindo a união com petistas no pleito de 2018. Caso isso ocorra, ficaria prejudicada a chapa de Pimentel com um peemedebista de vice.
Hoje, o PMDB mineiro divide-se sobre o apoio a Pimentel. A maior parte da bancada estadual é favorável. Já grande parte da federal é contrária. Os federais, com raras exceções, desejam candidatura própria e apontam o nome de Rodrigo Pacheco, deputado presidente da Comissão de Constituição e Justiça. Um dos principais entusiastas da ideia é o vice-governador Antônio Andrade, que não mantém mais relações políticas com Pimentel.
É nessa queda de braço interna que os dois lados se movimentam. Jucá é aliado de Temer, e, por consequência, torce o nariz para a aliança com o PT de Pimentel. Está sofrendo pressões das duas correntes.
O deputado estadual João Magalhães confirmou o encontro e disse que Jucá não deve colocar a política de alianças em pauta na convenção de novembro. Mas, aliados de Pacheco garantem que o tema estará na pauta.
Magalhães diz que o PMDB é, historicamente tão diverso que não seria viável proibir alianças. Cita como exemplo não só o caso de Minas, mas Alagoas (em que o filho de Renan será candidato com apoio petista), Amazonas, Distrito Federal, Paraná e Ceará.
Aqueles que defendem candidatura própria veem oportunidade única para chegar ao Palácio da Liberdade, já que a campanha de Pimentel não será das mais fáceis, tendo em vista acusações judiciais que pesam contra ele.
Voos
O desembargador Herbert Carneiro suspendeu os efeitos da liminar que determinava ao Gabinete Militar do Governador a divulgação dos dados relativos aos voos de Fernando Pimentel em aeronaves fretadas. O magistrado acolheu os pedidos do Gabinete, que alegou tratar-se de informações que poderiam prejudicar a segurança do chefe do Executivo. “As particularidades encartadas nos autos demonstram, pois, que a execução imediata da sentença concessiva de segurança poderá causar grave lesão à ordem pública”, justificou o desembargador.