Distritão é boa opção para deputado que tem voto

23/06/2017 às 15:55.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:13

Nova polêmica que ganhou destaque no Congresso, o ‘distritão’ já é cenário levado em conta em Minas Gerais nas articulações para as campanhas para deputados estaduais e federais de 2018.

Tendo o aval de lideranças políticas, o ‘distritão’ pode tornar-se realidade no próximo pleito. Nas avaliações de parlamentares e líderes, o sistema eleitoral vai beneficiar quem tem muito voto e já é parlamentar. Pelo novo modo, os eleitores votariam nos candidatos, acabando o quociente eleitoral e o voto na legenda. 

Seriam eleitos os mais bem votados. Hoje, os votos dados aos candidatos e aos partidos são somados e calcula-se o quociente eleitoral. A conta desemboca em um número mínimo de votos que cada partido ou coligação de partidos precisa ter. O número total de votos dos partidos ou coligações é dividido pelo quociente e mostra quantas cadeiras a legenda terá direito. É aí que surge o chamado ‘efeito Tiririca’. Os votos obtidos por Tiririca foram tantos que ajudaram o partido a ganhar 3,5 cadeiras no Legislativo. O resultado foi que candidatos que não tiveram tantos votos entraram. Quando em outros partidos, candidatos com votação maior ficaram de fora.

Com o ‘distritão’ isso acaba. A medida pode interferir nas eleições majoritárias. Como o candidato terá que se virar para conseguir os votos necessários, será uma disputa acirradíssima, com pouco espaço para que os postulantes ajudem nas campanhas dos aliados que concorrerão a cargos majoritárias, como o de governador. 

Como a coligação irá acabar, o lobby para a união de partidos também cairá por terra. Exemplo, o PMDB mineiro teve como um dos principais atrativos, nas eleições de 2014, a coligação proporcional com o PT, para apoiar a candidatura do petista Fernando Pimentel ao governo de Minas. 

A maior vantagem é que o eleitor poderá contar com mais transparência. Só ganhará quem tiver voto suficiente. 
Os críticos à proposta alegam que as campanhas ficarão mais caras, pois serão mais acirradas, e os candidatos à reeleição serão beneficiados. Também questionam a representatividade de bancadas. O sistema é adotado hoje em três países: Afeganistão, Jordânia e Vanuatu.

O ‘distritão’ é a opção discutida no Congresso para 2018. Mas, nas articulações, a medida pode valer apenas para o próximo pleito. Depois, pode ser instituído o voto distrital misto. Pelo distrital misto, as cadeiras seriam distribuídas de duas maneiras. A primeira será computada conforme os distritos, que consistem em divisões eleitorais dos estados e municípios. Outra parcela das vagas seria preenchida por lista fechada, um desejo dos caciques partidários. Na lista fechada, os caciques escolhem os integrantes. 

Salim Mattar

Um novo nome surge na disputa pelo governo de Minas. O dono da Localiza, Salim Mattar, pode entrar na rodada na tentativa de repetir a onda de candidaturas de empresários, a exemplo de João Doria (PSDB), em São Paulo, e Alexandre Kalil (PHS) em Belo Horizonte. 

Mattar se filiará ao partido Novo. 

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