Empresários priorizam Previdência; Bolsonaro quer reforma ainda em 2018

05/11/2018 às 20:35.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:37

Consenso entre o setor empresarial é o de que os país precisa passar por várias reformas. Porém, tendo em vista os últimos anos de recessão e um déficit bilionário à vista, o setor passou a pedir prioridade para a aprovação da Reforma da Previdência. Ao contrário do que alguns pensavam, ela ganha destaque, por exemplo, até sobre a criação do Imposto Único. 

O presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, esclareceu, na semana passada por qual motivo a Previdência deve ser priorizada. Para ele, enquanto o tamanho do Estado não for reduzido, ou seja, os custos que o governo banca forem cortados, não poderá se falar em fazer qualquer outra reforma. 

Se não forem feitas alterações na Previdência, que consome nada menos que R$ 50 de cada R$ 100 gastos pelo governo federal, o governo não poderá fazer, por exemplo, uma reforma tributário. O risco é o de que a mudança em tributos acabe por resultar em maior carga tributária, para fazer frente ao gasto crescente do governo. Por isso, a urgência em primeiro aprovar uma reforma da Previdência.

Ontem, o jornal “Valor Econômico” trouxe uma entrevista com o CEO do Citi, Michael Corbat, em passagem pelo Brasil às vésperas das eleições. O pensamento mostra que é unânime não só no setor produtivo, mas no financeiro a necessidade de diminuir o peso das contas públicas. Segundo ele, o banco pensa em reduzir investimentos no Brasil, caso o próximo presidente não consiga viabilizar reforma que reduza custos, impactando nas contas públicas. 

Após dezenas de declarações nesse sentido, Jair Bolsonaro contrariou parte da equipe e disse ontem que irá à batalha para aprovar ao menos o aumento da idade mínima de aposentadoria ainda neste ano, em um esforço que deve contar com o apoio do presidente Michel Temer. 

“O grande passo no meu entender, neste ano, se for possível, passar para 61 anos no serviço público para homem e 56 para mulher e majorar também um ano nas demais carreiras. Acredito que seja um bom começo para a gente entrar o ano que vem já tendo algo de concreto para nos ajudar na economia”, disse em entrevista à TV Aparecida. O presidente precisa, agora, mostrar números que revelam o impacto de uma reforma mais tímida da Previdência.

Um grupo de aliados, como Onyx Lorenzoni, pretende uma ampla reforma no próximo ano. Fato é que, se nada for feito, correremos o risco de uma retomada ainda mais lenta da economia, com estragos que ficarão para as gerações futuras!

Construindo pontes
O governador eleito Romeu Zema (Novo) deu o primeiro passo em direção à governabilidade. Ontem, encontrou-se com deputados estaduais que integram a Mesa da Assembleia Legislativa. Parlamentares disseram que aguardavam o gesto desde a eleição de Zema. A demora já estava causando mal-estar. Porém, ontem, Zema sinalizou aos parlamentares a abertura do diálogo, o que agradou aos presentes. A harmonia passará pelo primeiro teste no próximos meses, quando serão intensificadas as negociações para a escolha do novo presidente da Assembleia.

Socorro
Comitiva de prefeitos terá reunião hoje com a direção do Tribunal de Justiça de Minas. Ideia é pedir ajuda para receber atrasados do Estado. Associação diz que são R$ 9,7 bilhões. 

 

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