Gasolina mais barata hoje, e mais cara amanhã

25/09/2018 às 21:50.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:38

A redução mínima no preço da gasolina, de 0,59% nas refinarias que compram da Petrobras, é um alívio que deve desaparecer até o fim do ano. Especialistas de empresas de consultoria e do mercado financeiro são unânimes em afirmar que o preço do barril de petróleo, que chegou a US$ 81, deve aumentar, batendo a casa dos US$ 100 neste ano. 

O assunto ganhou grande relevância nesta semana. Isso porque o valor do Brent deu um salto gigante. Para se ter ideia, no meio do ano, o barril estava a US$ 65. 

A escalada dos preços tem fator negativo para o consumidor. Haverá repasse nos preços. Como a política da Petrobras é de transferência desses custos, pode-se esperar gasolina até R$ 0,20 mais cara até o Natal, conforme especialistas. 

E os sinais já começaram a aparecer no início do mês passado. Em quatro de setembro, o Minaspetro, sindicato que representa mais de quatro mil postos em Minas, alertou para reclamação das revendedoras que estavam já comprando combustível com reajuste. “Os empresários reclamam das recentes altas feitas pelas empresas do segmento de distribuição no preço de custo dos combustíveis, utilizando das recentes altas nos preços das refinarias da Petrobras, forte avanço no dólar e petróleo no mercado internacional, entre outros fatores, como ‘pano de fundo’ para justificar esses repasses”, afirmou o sindicato.

Ainda que, de fato, o preço do derivado de petróleo, nas refinarias, tenha sido reajustado em 4% e o Indicador CEPEA/ESALQ mostre que o etanol hidratado (vendido nos postos) subiu 9% e o anidro (misturado à gasolina) cerca de 7%², frente ao último período, as mudanças não justificam a agilidade nos reajustes por parte das distribuidoras. O setor de Revenda de combustíveis lembra que as companhias de distribuição não praticam a mesma celeridade nos reajustes quando há queda dos preços nas refinarias e usinas de etanol”, conclui o Minaspetro.

Contribui para a elevação dos preços ainda a alta do dólar. Como compramos parte do combustível que abastece o país, a gasolina fica realmente mais cara. 

Para quem quer entender: os preços aumentaram depois que o presidente norte-americano Donald Trump promoveu sanções ao Irã, um dos maiores produtores do combustível. Como a oferta ficou escassa, já que ele está impedido de vender, o mercado oscilou. Some-se a isso a situação complicada de outros fornecedores, como o Iraque. Com a demanda em alta (devido ao crescimento global, especialmente da China e dos Estados Unidos), os preços ficam mais caros.


Consórcio em alta

Com as incertezas advindas dos cenários político e econômico, reduzir custos é a ordem para se consumir. Tanto que o Banco do Brasil mostrou ontem um recorde na venda de consórcios. 
Foram R$ 7 bilhões durante os primeiros oito meses do ano de 2018. O volume representa 81% de todo o montante negociado pela modalidade durante todo o ano passado – com crescimento de 21% sobre o mesmo período de 2017 e de 26% na comparação com mesmo período de 2016. O BB havia fechado o primeiro semestre de 2018 com R$ 5 bilhões em vendas. Ou seja, nos dois primeiros meses do segundo semestre deste ano, já foram vendidos mais R$ 2 bilhões.

 

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