Interlocutor de Pimentel, Fabio Ramalho lidera rebelião

24/02/2017 às 23:11.
Atualizado em 16/11/2021 às 00:43

Bom ou ruim o governo Michel Temer (PMDB) relegou Minas Gerais a segundo plano. Não temos ministros, não temos obras, não somos visitados, enfim, não temos nada. Somos o segundo maior colégio eleitoral, mais de 20 milhões de habitantes, figuramos entre os primeiros em termos de PIB (Produto Interno Bruto). 

Com esses argumentos, o deputado federal Fábio Ramalho, do mesmo partido de Temer e conhecido como ‘Fabinho Liderança’, se rebelou, logo após conseguir eleger-se vice-presidente da Câmara dos Deputados (o mineiro em cargo mais ilustre no poder central). Ele ameaça rebelar-se contra temas sensíveis ao governo como a reforma da Previdência, para tentar ser ouvido. A revolta é porque Minas perdeu o Ministério da Justiça para Osmar Serraglio, peemedebista do Paraná.

“Vou reunir a bancada no próximo dia 7. É um absurdo. Já encaminhei três vezes os pedidos de Minas para o governo de Michel Temer. Até agora não tive resposta. Temos 20 milhões de habitantes, a segunda maior bancada, PIB, e será que não existe nenhum mineiro que pode fazer parte deste governo?”, disse. “Isso demonstra um desprestígio. O presidente está há quase um ano e não pisou os pés em Minas. Vai para o Rio, São Paulo, Nordeste, e nós?”, disparou. 

A ideia do parlamentar é unir a bancada em torno das reivindicações. Minas possui 53 deputados federais. Podem fazer diferença em votações importantes. Fabinho contou que já solicitou ao governo federal liberação de recursos para rodovias paralisadas, como a BR-381, e obras como a ampliação do metrô. Mas nem resposta obteve. 

Prestígio
O deputado Fábio Ramalho goza de prestígio junto aos colegas e a lideranças importantes no cenário nacional e mineiro. 

Ele é o principal interlocutor do governador Fernando Pimentel (PT) junto ao governo federal. E vai logo avisando: “Minas não vai entrar nesta renegociação de dívida de loucos. Queremos um encontro de contas. A união deve R$ 92 bilhões a Minas, outros R$ 2 bilhões do Fundeb”. 

Ramalho referia-se ao projeto que o governo encaminhou ao Congresso para renegociar dívida com Estados em situação financeira delicada, como Minas. Entre as contrapartidas estão a venda de estatais, alvo de críticas. 

Cargo
A ascensão de Fabinho têm gerado ciúmes por parte dos deputados estaduais aliados de Pimentel. Dizem alguns parlamentares que até a irmã de Fabinho está no governo. “Minha irmã foi indicado secretária-adjunta sem que eu tivesse pedido nada. O governador que chamou ela. Eu nem queria”, afirmou. 
O recado está dado. Resta saber se a bancada mineira vai fazer ressoar as cobranças de Fabinho Lideranças, conhecido pelas festas e fala mansa.

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