Em mais rodada de disputa judicial entre acionistas, a 1ª Vara de Justiça de Belo Horizonte indeferiu pedido de liminar apresentado pela Nippon, que pleiteia a suspensão da ação de responsabilidade contra Rômel Erwin de Souza, ex-presidente da Usiminas. Os conselheiros da Usiminas, em Assembleia Geral Ordinária, realizada no dia 27 de abril deste ano, aprovaram a autorização à companhia para que abrisse ação judicial contra Rômel, com o intuito de responsabilizá-lo por ter assinado um memorando de entendimento vinculante com a japonesa Sumitomo sem o aval do Conselho de Administração, da área jurídica e da diretoria, o que teria contrariado o estatuto social da empresa.
A decisão da Usiminas, tomada em abril, impede ainda que Rômel exerça qualquer cargo na companhia. Ele foi demitido em março deste ano por causa do memorando que assinou, mas a Nippon tenta reverter a destituição na Justiça. O atual presidente da produtora de aço é Sérgio Leite.
A Usiminas tem dois controladores majoritários: a Nippon Steel & Sumitono Metal Corporation, grupo japonês, e a Ternium/Tchint, conglomerado ítalo-argentino. Há anos eles não conseguem se entender sobre a gestão da companhia. Rômel é o preferido dos japoneses, enquanto o atual presidente, Sérgio Leite, tem o apoio da Ternium.
A Nippon entrou com quatro ações na Justiça. A primeira foi logo após a destituição de Rômel, com pedido de liminar para reverter a decisão do Conselho. Com o indeferimento dela, os japoneses recorreram na segunda instância. Após a decisão de pedir a responsabilização judicial de Rômel, a Nippon entrou com duas outras ações.
A japonesa deve contestar ainda na segunda instância o indeferimento da liminar sobre a responsabilização do ex-CEO.
Japoneses e argentinos já apresentaram propostas para solucionar o conflito, mas também sem consenso. A Ternium queria uma cláusula de resolução de conflitos, enquanto a Nippon propôs alternância de poder. Sem solução, o caso segue na Justiça.
Conexão
Tradicional em Minas, o Conexão Empresarial Tiradentes deste ano teve como assunto de pano o acerto de contas entre União e o governo de Minas. Quem levou o tema ao debate foi o governador Fernando Pimentel (PT). Na plateia, além de empresários, governistas como o deputado estadual Rogério Correia (PT) e o secretário de Ciência e Tecnologia, Miguel Corrêa Júnior (PT).
Denúncia
A Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal recebeu, nessa semana, ex-funcionários do PMN que denunciaram preconceito racial, constrangimento e ameaças por parte de integrantes da legenda. O caso, que emocionou vereadores presentes, será encaminhado à Assembleia Legislativa para apuração.
Pressão
O deputado federal mineiro Rodrigo Pacheco (PMDB), presidente da Comissão de Constituição e Justiça, pautou para a próxima terça-feira reunião para colocar em votação a possibilidade de mudança na lei para abrigar as Diretas Já. O movimento soa como pressão ao governo de Michel Temer, mas não deve passar pela Comissão.