O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), escolheu ontem o novo líder de Governo, vereador Leó Burguês (PSL), e estendeu uma bandeira branca aos parlamentares. Deixou claro ao líder que pretende um relacionamento diferente com a Câmara e que não dará cargos em troca de apoio político.
Mas vai agraciar os parlamentares conforme a atuação específica pela cidade. Ou seja, convidará vereadores para inaugurar obras na região de atuação dele, apoiará projetos daqueles que defendem setores específicos, por exemplo, e se comprometerá em realizar melhorias na área de outros.
É mais ou menos assim: se um vereador for votado no Barreiro e tiver feito compromisso com os eleitores em realizar determinada obra, o prefeito irá referendar, depois de estudar com a equipe técnica. E assim vai.
Tendo em vista que ao menos 20 vereadores almejam candidatura a deputado estadual nas próximas eleições, a ideia pode dar certo. Resta saber se a prefeitura terá recursos para tal feito e se o humor de Kalil permitirá um clima menos bélico com a Câmara. É aí que entra o papel do líder.
Burguês é amigo de Kalil e tem o apoio de um grupo de mais de 20 parlamentares, que o indicaram ao prefeito. Antes de referendar o nome de Burguês, o prefeito ouviu mais de 20 vereadores ontem e na noite da última segunda-feira.
Para ter uma base com folga em votações importantes, o líder precisará costurar o aval de cerca de 30 colegas. A Câmara possui 41 vereadores.
Ontem mesmo os independentes tentaram aprovar requerimento para que o vice-prefeito Paulo Lamac (Rede) fosse convocado a prestar esclarecimentos acerca de nomeações de indicados por ele. Por uma questão regimental, não conseguiram. Mas a atitude mostra que será preciso muito diálogo para que a bandeira branca não fique a meio mastro.