Lista da “Lava Jato”: carreiras que viram pó

12/04/2017 às 16:57.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:06

Sobraram poucos. A lista bomba de Rodrigo Janot não poupou ninguém e provou, mais uma vez, que não existe ideologia, nem partido para a prática da corrupção. Muitos que estão na lista podem ser inocentados, é verdade. 

Mas a grande maioria deve sofrer na mão, antes leve, agora pesada, da Justiça brasileira. São carreiras construídas ao longo de anos a fio, muitas delas de forma nada republicana, que correm o sério risco de virarem pó. 

É espantosa a naturalidade com que o ex-todo poderoso Marcelo Odebrecht narra pedidos de propina e definições sobre quem atender e o motivo para tanto. 

Se foram repassados recursos para uma imensa gama de políticos de praticamente todos os estados brasileiros, a pergunta que fica é a seguinte: quantas obras públicas foram superfaturadas, construídas com material de péssima qualidade e serviram para bancar campanhas eleitorais? E quais são essas obras, em quais estados? Porque é desta forma que a Odebrecht e tantas outras ganharam dinheiro. Poderíamos ter uma segunda lista com os monumentos públicos erguidos pela corrupção.

Em Minas Gerais, lideranças que emergiram no cenário nacional nos últimos anos foram atingidas. Aécio Neves (PSDB), Antonio Anastasia (PSDB), Fernando Pimentel (PT), só para ficar nos que possuem cargos... O que se espera agora é que a apresentação das denúncias, por parte do Ministério Público, seja tão célere quanto os vazamentos, para que possamos nos surpreender, mais uma vez, ou não. Porque também é necessário separar o joio do trigo. 

Com tantos nomes na lista da “Lava Jato” já se espera a maior renovação dos últimos anos na Câmara Federal, no Senado e em governos estaduais. O que enseja o máximo de cuidado possível. Se não queremos os envolvidos em esquemas como os da “Lava Jato” no poder, temos que nos ater naqueles que não fazem parte dele porque não tiveram a oportunidade. 

Existem também aqueles que irão se aproveitar da oportunidade para emplacar discursos autoritários, preconceituosos e pensamentos econômicos já superados. Basta dar uma olhada na lista bomba. O deputado federal Jair Bolsonaro, por exemplo, não faz parte dela. 
Que a lista bomba não nos tragam novas bombas em 2018!

Internacional
O possível envolvimento de ministros do presidente Michel Temer na escandalosa delação da Odebrecht provocou reação internacional. Vários jornais do mundo, como o “Le Parisien” (França), Washington Post (Estados Unidos), Clarín (Argentina) e a revista “Der Spiegel” (Alemanha) repercutiram o fato como mais um capítulo do escândalo de corrupção no Brasil. Em breve poderemos pedir música no Fantástico!

Governabilidade
Não está em xeque apenas a aprovação das reformas trabalhistas e previdenciária, mas a governabilidade de Michel Temer. Com oito ministros no paredão, o peemedebista terá que escolher entre a lealdade aos colegas ou o desgaste político gradual, que pode refletir na economia. 

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