Candidato do Novo ao governo de Minas, Romeu Zema tornou-se a nova aposta do PT do governador Fernando Pimentel para chegar ao segundo turno das eleições. O crescimento do candidato nas últimas pesquisas de intenção de voto pode levar o pleito a um segundo round.
E Pimentel, conforme aliados, está entusiasmado com a curva em ascensão do empresário, estreante na política.
“O crescimento de Zema, claro, é bom para o Fernando Pimentel. Acreditamos que, no segundo turno, teremos chances de vencer. Principalmente porque a campanha será impulsionada pela de (Fernando) Haddad. E teremos chances de também ajudar, dando palanque em Minas para o Haddad. Ganharemos no Nordeste inteiro, no primeiro turno. Então, Minas será palanque decisivo no Sudeste. No segundo turno, a prioridade são os Fernandos (em Minas e em Brasília) e já teremos a companheira Dilma eleita senadora, para reforçar esse palanque”, afirmou um parlamentar petista envolvido nas campanhas.
Chamou a atenção declaração de Zema no debate da TV Globo, na última terça-feira. Nas considerações finais, ele admite que governaria em conjunto com nomes do PT. “O meu secretariado vai ser todo profissional. Vai ficar à frente da Saúde o melhor especialista de Saúde. Pode até ser do PT, do PSOL, não tem problema nenhum. Eu quero quem resolve os problemas dos mineiros, e não quem é do meu partido”, afirmou. O Novo prega, nacionalmente, um novo jeito de fazer política, sem alianças pragmáticas.
Para fechar, o candidato do Novo conseguiu irritar o partido dele em outra situação. Pediu votos no debate para Jair Bolsonaro (PSL) e para João Amoêdo (Novo). “Aqueles que querem mudança, com certeza, podem votar aí nos candidatos diferentes, que são o Amoêdo e o Bolsonaro”, disse.
A declaração provocou reação do Novo, que acusou Zema de infidelidade partidária. “Consideramos pedido de voto a outro candidato, como fez @RomeuZema30, infidelidade partidária, conforme previsto em nosso Estatuto. Trabalhamos dia e noite para que @joaoamoedonovo chegue ao 2º turno e continue nos dando orgulho ao representar o que realmente significa ser Novo”, informou o partido nas redes sociais.
Na disputa nacional, conforme o presidente do Novo em Minas, Bernardo Santos, O Estado é justamente a aposta de Amoêdo. “Minas é o segundo Estado que traz mais votos para o Amoêdo”, disse. A assessoria de imprensa de Zema indicou Santos para comentar as declarações polêmicas e o vai e vem de posições dele.
Quanto a indicar nomes do PT, caso vença as eleições, para montagem do secretariado, Santos disse que o candidato foi mal interpretado, porém reiterou que a composição de quadros independe de partidos, mas da “qualidade técnica”.
“Somos inexperientes politicamente. Foi o primeiro debate que Zema participou”, justificou o presidente do Novo ao ser questionado sobre o pedido de votos para Bolsonaro, candidato adversário de Amoêdo. “O que o Romeu quis fazer foi abrir os olhos do eleitor e acabou cometendo uma falha, que não é grave”, completou Santos.
O crescimento de Amoêdo em Minas pode provocar efeito contrário ao que deseja o candidato do Novo, conforme declaração dele no debate. Ajuda a levar a eleição ao segundo turno, favorecendo a candidatura de Haddad. E, no âmbito estadual, o crescimento de Zema contribui para diminuir a diferença de Anastasia para os outros candidatos, também desembocando em uma segunda rodada eleitoral.