A reclamação é antiga, mas acentuou-se na crise econômica, período em que as mazelas dos municípios ficaram em evidência: faltam recursos do governo federal para atender as prefeituras. Agora, os prefeitos querem se unir para ter alguma chance de se fazerem convencer.
E como no Brasil os ouvidos são alargados em tempos de eleições, pretendem usar o pleito de 2018 para pedir aos candidatos que, caso eleitos, encaminhem propostas a fim de redistribuir o bolo de impostos que hoje é concentrado nas mãos da União.
“Os prefeitos querem o comprometimento dos candidatos com propostas de alterações legislativas para que eles passem a ter parcela maior na redistribuição do bolo”, afirmou o ex-prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), um dos idealizadores da proposta.
Na última quarta-feira, o recado foi dado durante evento com o presidente Michel Temer (PMDB), que, atendendo a outra reivindicação dos gestores municipais, instituiu um fundo para financiar projetos de Parcerias Público-Privadas (PPPs) e Concessões na área de infraestrutura em estados e municípios.
Para Lacerda, a redistribuição do bolo tem que levar em conta a transparência e eficiência na gestão.
Corrida pelo interior
Dos pré-candidatos colocados para a disputa ao governo de Minas, três intensificaram as agendas pelo interior. Nessa semana, Marcio Lacerda (PSB) visita cidades do Norte de Minas. O governador Fernando Pimentel (PT) tem dedicado espaço para percorrer cerca de três cidades por semana. Dinis Pinheiro (PP) também não fica para trás.
A percepção dos pré-candidatos é a de que o interior irá definir o nome do próximo governador.
Nas redes
O governador Fernando Pimentel, divulgou, ontem, um vídeo em apoio ao ex-presidente Lula (PT). Na postagem, Pimentel diz que “todos sabemos que o Brasil vive a maior crise política e institucional de sua história”.
“O clima de intolerância e de ódio, as percepções políticas chegam até a contaminar decisões judiciais”, afirma em uma crítica indireta ao juiz Sérgio Moro. Ontem, Lula tornou-se o primeiro ex-presidente da República a ser condenado. Pegou nove anos e meio de prisão, porém, não vai para a cadeia. A decisão não o impede de candidatar-se à Presidência da República.
Segundo Pimentel, não há provas de que o tríplex no Guarujá, motivação para a condenação, é de Lula ou de seus familiares. “Quero crer que essa sentença será revista pelos tribunais superiores”, disse Pimentel.
O governador afirmou ter admiração pelo trabalho de Lula, que orgulha também o país, conforme o petista. “Tenho certeza de que ele terá e tem sempre um lugar garantido no coração de cada brasileiro, de cada brasileira”, finaliza Pimentel.
Na última segunda-feira Lula e Pimentel estiveram juntos em Belo Horizonte. O ex-presidente manteve diversos encontros com deputados e outras lideranças de vários partidos, dentre eles, do PMDB de Michel Temer. Lula voltou a São Paulo na terça-feira. Teria usado o jatinho do amigo, Walfrido dos Mares Guia, o mesmo utilizado para um depoimento em Curitiba.