Redução do diesel pode demorar para chegar ao consumidor

29/05/2018 às 20:23.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:20

A redução de R$ 0,46 no preço do diesel, anunciada pelo governo federal em acordo com sindicatos de caminhoneiros, pode não chegar, no curto prazo, aos consumidores. É que muitas distribuidoras e postos de combustíveis já compraram o produto com o preço antigo. Muitos dos caminhões que abastecem os postos, por exemplo, contêm o diesel adquirido em contratos anteriores.  Os postos hoje não têm estoque. Mas não é porque não compraram o produto. É porque adquiriram, porém, devido á greve, ele não foi entregue. Além disso, as medidas que provocarão a redução ainda não foram aprovadas pelo Congresso.  Ou seja, todo aquele material fruto de contratos com valores antigos do diesel será colocado em prática na bomba. É o que conta alguns proprietários, que preferem o anonimato.O sindicato que representa as distribuidoras e postos em Minas, o Minaspetro, diz que não tem como fazer essa conta pois cada distribuidor e revendedor tem contratos individuais, não sendo possível à entidade mensurar sobre o estoque dos afiliados.   No IpirangaHouve reclamação de várias distribuidoras quanto à decisão do comitê de crise mineiro em abastecer alguns postos da capital e da Região Metropolitana. No primeiro momento, apenas unidades do Ipiranga e da Shell receberam o carregamento. “Os postos foram definidos por estarem localizados em regiões estratégicas, o que possibilitará o abastecimento por um número maior de consumidores em diversos pontos da RMBH; eles integram as redes das companhias Ipiranga e Raízen/Shell”, informou o Minaspetro, por nota. Ônibus não é igual a carretaO governo estadual encaminha, nos próximos dias, projeto de lei à Assembleia zerando o ICMS do diesel para transporte de passageiros. Hoje, a alíquota é de 4%. Mas a medida não deve ter impacto significativo no preço porque a alíquota já é baixa. Ainda assim, ela não pode ser confundida com a reivindicação dos caminhoneiros. O diesel que abastece os caminhões que transportam cargas em Minas tem ICMS de 15%. A redução dessa alíquota foi descartada pelo governador Fernando Pimentel. DefasagemO problema do transporte de cargas no país esbarra nos modais que temos. No Brasil, apenas 15% da produção é escoada por ferrovias. Para se ter ideia, nos Estados Unidos, 47% da produção vai pelos trilhos. No Canadá, o percentual é de 46% e na China é de 37%. Todos esses países têm grande extensão territorial.No Brasil, a justificativa para não se investir em ferrovias é o custo do modal, muito maior que as rodovias.{SUMMARY}   

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