Tucanos fecham o bico temendo repercussão nas eleições

23/05/2018 às 21:02.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:14

  A prisão do ex-governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo, colocou o partido dele, o PSDB, em alerta. Nos bastidores da legenda, a ideia é evitar o assunto e, quando confrontado com ele, não fazer coro pela inocência do condenado, limitando a questão à Justiça.  Ontem, na Assembleia Legislativa tucanos e representantes de partidos aliados preferiram o silêncio. Ao contrário do que se vê no PT, não houve discurso de defesa ao correligionário. Ninguém subiu na tribuna ou se manifestou. A exceção ficou por conta de um adversário. O líder do governo, Durval Ângelo (PT), considerou a prisão arbitrária, pois ainda não estavam esgotadas todas as possibilidades de recursos a instâncias superiores. É o mesmo argumento utilizado na análise da prisão do ex-presidente Lula.  Já Geraldo Alckmin, pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, disse que não conhece o processo e defendeu o cumprimento da ordem de prisão, quando Azeredo ainda negociava os termos com a polícia.  O pré-candidato ao governo de Minas, Antonio Anastasia, também não se manifestou. Os tucanos temem a contaminação das eleições com o assunto. Os adversários certamente irão explorar o primeiro integrante do PSDB a ir para a cadeia após sucessivos escândalos de corrupção no país. E não é qualquer tucano. Azeredo presidiu o PSDB nacional e teve grande influência em decisões nacionais. Foi governador, deputado e senador. Também ostenta o título de cônsul honorário da Coreia do Sul no Brasil.  O caso dele, somado às denúncias contra o senador mineiro Aécio Neves, serão lembrados na campanha eleitoral. </CW>A sorte dos tucanos é que o PT também tem a parcela de denunciados e condenados. No mesmo dia em que o Tribunal de Justiça mineiro negou o recurso de Azeredo, mandando-o para a prisão, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), sofreu novo revés. Foi denunciado, pela quarta vez, pelo Ministério Público. Dessa vez, a acusação é a de caixa dois para a campanha, formatado quando o petista foi ministro do Desenvolvimento e Comércio Exterior.  A campanha pelo governo de Minas pode transformar-se em um mar de acusações mútuas. Com isso, quem deve sair no lucro são aqueles que colocam-se como terceira via. O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB) e o deputado federal Rodrigo Pacheco (MDB) colocam-se como alternativas à polarização.  Para que eles sejam de fato beneficiados resta saber se o eleitor ligará Anastasia aos fatos envolvendo Aécio e Azeredo. Até antes da prisão de Azeredo, o senador tucano havia conseguido um certo distanciamento da ala “denunciada” do PSDB. Mas não se sabe se ele permanecerá quando começarem os ataques típicos do período eleitoral. E é justamente por essa incerteza que os tucanos preferiram fechar o bico!  Melhor que LulaTem quem acredite que a sala do Estado Maior reservada a Azeredo em Belo Horizonte será melhor que os aposentados do ex-presidente Lula em Curitiba. O tucano ficará perto de casa e ainda poderá receber visitas com frequência.    

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por