A Usiminas chega aos 56 anos comemorando o maior Ebitda trimestral ajustado dos últimos oito anos. O Ebitda é o lucro antes do pagamento de juros, depreciações, impostos e amortizações. O resultado para esse indicador foi de R$ 702,8 milhões, no terceiro trimestre, uma elevação de R$ 183,9 milhões em relação ao trimestre anterior, quando ficou na marca de R$ 518,8
A margem de Ebitda Ajustado no período foi de 18,2%, contra 16,2% no segundo trimestre do ano. O resultado reverte um prejuízo líquido de R$ 19 milhões no segundo trimestre para um lucro líquido de R$ 289,1 milhões.
O bom desempenho, conforme o presidente da companhia, Sergio Leite, deve-se especialmente ao aumento das vendas no mercado interno.
A Usiminas comercializou 1,11 milhão de toneladas de aço no terceiro trimestre, um aumento de 9%.
Em um cenário geral, Leite, que também preside o Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil, diz que o mercado, agora, passa por uma estabilidade, após ter sofrido perdas com a greve dos caminhoneiros. “O mercado doméstico teve um comportamento bom no primeiro trimestre, que levaria o PIB a crescer 3%. A partir de abril, começamos a perceber sinais de redução do crescimento. Em maio, veio a crise e agora percebemos estabilidade. O fechamento do ano tem perspectiva de crescimento do mercado de aço em torno de 6%”, afirmou.
Na Usiminas, o resultado positivo veio mesmo após a empresa ter registrado um incidente, com a explosão de um gasômetro em agosto. Equipamentos tiveram que ser desligados retardando a produção. Porém, segundo Leite, o retorno foi capaz de suprir o período parado. “Em cinco dias colocamos a empresa em operação normal”, contou.
Contabilmente, a empresa registrou aumento da dívida de R$ 5,8 bilhões para R$ 5,9 bilhões. O presidente alega que o dado é consequência do câmbio, quando a moeda brasileira desvalorizou-se.
No período, a desvalorização do real frente ao dólar, de 3,8%, impactou a parcela da dívida em moeda estrangeira, que correspondia a 22% do total. A composição por prazo de vencimento era de 0,4% no curto prazo e 99,6% no longo prazo.
O presidente da companhia disse que, com a recuada do câmbio, a dívida voltará para algo entre R$ 5,6 bilhões e R$ 5,7 bilhões.
Espera
Como quase todos os comandantes de grandes companhias, Leite espera uma retomada robusta da economia para desenvolver novos projetos. Segundo ele, a retomada da operação primária em Cubatão faz parte de um estudo para depois de 2021. A empresa também planeja manutenção no Alto-forno 3, na unidade de Ipatinga.
TCE aponta obras paradas
A recessão e a má gestão contribuíram para que Minas Gerais somasse R$ 2 bilhões em obras paradas. O levantamento foi feito pelo Tribunal de Contas do Estado e entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O mais triste é que, independentemente do presidente a ser eleito amanhã, dificilmente as obras serão retomadas no próximo ano, tendo em vista a situação das contas públicas.