Nos municípios que pertencem a região dos confrades da Serra da Mantiqueira e também nos olivicultores do sul, começou em fevereiro a extração do azeite de oliva. Vários olivicultores lançam os azeites novíssimos ou novellos (como chamam na Itália), que denominam o primeiro azeite sem filtragem ou decantação da safra atual.
A diferença entre novellos ou novíssimos e demais azeites é que, por ser do início da colheita, são azeites frescos; por não serem filtrados, contêm resíduos de azeitona, sabor mais intenso e aromas mais marcantes; por isso mesmo têm vida útil curta, oxidando com mais facilidade, devendo ser consumido até 30 dias após aberto.
A Arbequina, de origem espanhola, é a variedade de azeitona mais comum plantada no Brasil por quase 80 olivicultores que se espalham da Serra da Mantiqueira à Serra da Bocaina, região de clima montanhoso, com temperaturas bem marcadas e que já ganhou apelido de Toscana brasileira.
O azeite do brasileiro traz consigo suas diversidades e sua tropicalidade mesmo quando analisamos uma mesma variedade de azeitona. A Arbequina da Serra da Mantiqueira resulta num azeite mais frutado maduro, com notas de banana madura, pera, maçã e frutos secos, enquanto a do Sul do país traz notas mais herbáceas. Ambos azeites bem aromáticos e suaves.
Além da Arbequina, a Koroneiki (grega), a Grappollo (italiana), a Picuale e a Arbosana (espanholas) também são cultivadas no Brasil e usadas para azeites resultando em diversidades de sabores e aromas. Alguns mais intensos, outros com mais amargor e picância (duas qualidades que devem constar em qualquer bom azeite extra virgem) e outros mais suaves e frutados, mas todos com personalidade e características bem tropicais, pontos bem positivos ao serem avaliados por especialistas.
Dica de harmonização de azeites novíssimos: a Arbequina, por fornecer um azeite mais suave e aromático, é mais adequada para finalizar pratos, principalmente saladas, arroz e massas. Já a Picual e a Grappolllo, que trazem mais picância e amargor, vão bem com pratos mais condimentados e para finalizar churrascos e legumes na brasa.
A maior qualidade do azeite nacional é o frescor. Com intervalo curto entre produção e comercialização, consumidores conseguem comprar produtos mais jovem. Lembrando quanto mais jovem e fresco o azeite, melhor!