Ela insistia, a todo custo, em não admitir que se aproximava e convivia com as pessoas apenas por interesse. Achava errado. Desde pequena sempre aprendeu que ser interesseira era ruim e feio. Mas sofria, porque no fundo, no fundo, apenas para ela, o coração confessava que todos os seus relacionamentos eram por interesse.
Pensava no chefe e em como gostava de conversar com ele. Ela absorvia tanta cultura, ensinamento e experiência. Tinha muito interesse em tudo que podia aprender com ele e retribuía dando o melhor e crescendo cada vez mais no trabalho.
A melhor amiga fazia com que a barriga dela doesse de tanto rir. Ela não queria perder aquilo por nada. Fazia com que a vida fosse mais feliz. Então ela ficava sempre à disposição, por perto, dando amor e sendo gentil.
A secretária resolvia toda a sua vida. Temos muito interesse em pessoas que resolvem a nossa vida, eu a entendo e isso vale ouro. Portanto, além do salário, era justo um sorriso tão amável e sincero no final do dia.
Mas a pessoa campeã, que a tornava o ser humano mais interesseiro do mundo, era a mãe dela. O abraço da mãe, fazia com que esquecesse todo e qualquer problema e se transformasse apenas em amor. Era interesse puro e absoluto. E ela achava que nada que fizesse poderia retribuir aquilo.
Então entendeu que o mais inteligente seria se tornar atraente também. Atraente para o mundo, para as pessoas e para ela mesma. E assim o fez.
Cuidou da aparência, sentiu-se bonita, investiu em conhecimento diário, apurou a educação, colocou os bons modos em primeiro lugar e se sentiu completamente atraída por si mesmo. Abstraiu e compreendeu que, por um motivo ou outro, as pessoas iam se aproximar dela por algum interesse também e isso era maravilhoso.
Ela também se tornara uma pessoa atraente e sua vida ficou bem mais interessante e completa, quando percebeu que ao mostrar sua melhor versão, as pessoas devolviam a melhor versão delas também.
Não exija receber nada que você não possa dar. Seja inteligente e atraente.