200 votos em jogo

18/04/2017 às 19:45.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:11

O que está em jogo no recuo do presidente Michel Temer em afastar ministros denunciados ao STF pelo Propinobrecht: 200 votos. Este é o número de deputados dos seis partidos dos oito ministros com representatividade na Câmara Federal - inclusive de boa parte do PMDB, com 64 deputados, dos quais 30 podem se rebelar. O PSDB (com dois ministros e 47 deputados), o PP, com 47, o PSD com 37, o PRB com 24 e o PPS com oito deputados completam a lista temerária. O presidente não pode abrir mão deste apoio prestes a votar as reformas da Previdência e Trabalhista.

Mais contra
Além do apoio dessas bancadas, as quais não pode provocar com demissão de ministros, Temer já não conta, por baixo, com 96 votos dos opositores PT, PDT, PSOL e PCdoB.

Vai mal 
Levantamento sigiloso feito pelo Palácio há semanas mostra que Temer não tem hoje os votos necessários; boa parte por causa de deputados ‘indecisos’.

Quase lá 
Só lembrando, para que a PEC da Previdência seja aprovada, em dois turnos na Câmara, o Palácio precisa de 308 votos, no mínimo. Temer hoje beira isso. 

Na tela
O COT - Comando de Operações Táticas, a ‘SWAT brasileira’ da Polícia Federal, vai ganhar filme de ficção. A produtora já faz filmagens e convida interessados para figurinistas. A tropa combate o crime organizado e nunca teve uma baixa em 23 anos < www.kikante.com.br/cot >. A PF já está no foco de outro filme, sobre a Lava Jato. 

Viúva$
A PF não terá trabalho para identificar na Marinha quem são ‘as viúvas’ que, segundo delator, receberiam os quase R$ 140 milhões de propina paga pela Odebrecht ao lobista José Ramos no contrato da base do submarino nuclear no Rio.

Aos nomes
Os ministros denunciados são Aloysio Nunes (PSDB-SP), Blairo Maggi (PP-MT), Bruno Araújo (PSDB), Eliseu Padilha (PMDB-RS), Gilberto Kassab (PSD-SP), Helder Barbalho (PMDB-PA), Marcos Pereira (PRB-SP), Moreira Franco (PMDB-RJ). Citado, Roberto Freire (SP), da Cultura e presidente do PPS, não teve inquérito aberto.

Vou nada!
O presidente do Congresso, Eunício Oliveira, adotou a rotina do antecessor Renan. Apesar de ficar em Brasília, raramente aparece no Senado às segundas-feiras. 

Escárnio
Apareceu uma pichação de ‘Fora Temer’ na fachada do Museu da Cidade em plena Praça dos Três Poderes, em frente ao Palácio do Planalto e ao STF. Ninguém viu. 

Os Fora-da-lei 
Em meio à avalanche provocada pelo escândalo da Odebrecht, a CGU encaminhou ofícios aos tribunais de contas dos municípios e Estados com reforço do pedido de informações sobre empresas inidôneas, suspensas e punidas. 

Olho nelas
A Lei Anticorrupção (nº 12.846/13) obriga órgãos de todos os poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e esferas de Governo a manterem os cadastros atualizados. A CGU quer pente-fino para descobrir se as inidôneas foram realmente suspensas. 

Vem achaque
Deputados e senadores das “alas independentes” da Câmara e do Senado cogitam propor a criação de uma CPI mista para investigar o escândalo do Propinobrecht. A proposta é prematura, mas já circula pelos corredores do Congresso. 

Sem apito 
O Secretário do Índio de Roraima, o nativo Dilson Ingarikó, foi demitido porque defendeu demarcações no Estado. Logo para quem? O governador em exercício, o ruralista arrozeiro Paulo Quartiero.

Bom de briga
O vice Quartiero é bom de briga. Quando cercado pela PF com voz de prisão em Pacaraima, anos atrás, pulou a cerca para o lado venezuelano. 

Ponto Final
“Eu espero que esses dois ratos (Emílio e Marcelo Odebrecht) estejam mentindo, que senadores não tenham recebido dinheiro para aprovar lei aqui dentro. Eu entrego esse meu mandato imediatamente e nós podemos fechar isso aqui. Vender lei? Isso não é um país sério, isso não é coisa séria, isso é coisa de bandidos”
Do senador-‘Poliana’ Ataídes Oliveira (PSDB-TO).

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