Médicos e autoridades na área da saúde são categóricos: a imunização é a melhor forma para prevenir doenças e controlar surtos. No Brasil, 19 vacinas são oferecidas gratuitamente no calendário nacional. Por ano, são nada menos que 300 milhões de doses aplicadas no país, considerado referência mundial na fabricação de imunobiológicos.
No entanto, mesmo com acesso a um dos poucos serviços públicos que merecem elogios, a busca pela proteção tem sido baixa por parte da população. Nem mesmo a já confirmada circulação do vírus do sarampo em alguns estados e o temor do retorno da erradicada poliomielite tem sido até aqui capazes de convencer as pessoas a procurar os postos de saúde.
A campanha de vacinação contra as duas enfermidades, iniciada em 6 de agosto, não atingiu sequer 15% do público-alvo em Minas. Em Belo Horizonte, a cobertura é ainda pior. Só 12% das crianças de 1 a 5 anos foram vacinadas.
Faltando 15 dias para o término da mobilização, algumas ações começam a ser tomadas, mas sem tanto sucesso. Os postos de saúde da metrópole mineira atendiam os moradores a partir das 9h. Agora, abrem as portas às 7h. A ampliação do funcionamento, no entanto, não foi suficiente. A equipe de reportagem do Hoje em Dia esteve em uma unidade e constatou a baixa procura.
A desinformação dos pais ou responsáveis é apontada como um dos principais desafios a ser enfrentado. Para especialistas, a população relaxou e deixou de colocar a proteção dos próprios filhos como prioridade. Outro retrocesso é a invasão de campanhas contrárias às vacinas na internet. Informações erradas sobre possíveis implicações negativas da imunização viralizam nas redes sociais.
Em Minas, 76 casos de sarampo são investigados pela Secretaria Estadual de Saúde. É inaceitável assistirmos a morte de pessoas por essa doença ou até mesmo voltarmos a conviver com pessoas que têm sequelas como a paralisia, provocada pela poliomielite. Todos precisam reconhecer: vacinas salvam vidas.