A Covid e o voto

13/09/2020 às 16:19.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:31

O cenário de pandemia impactou também, como não poderia deixar de ser, o processo eleitoral deste ano, que envolve prefeitos e vereadores em todo o país. Diante das indicações dos especialistas em saúde e com consenso no Congresso - na Câmara dos Deputados havia uma resistência inicial, depois vencida, por conta da situação dos atuais mandatários -, o primeiro turno foi adiado de 4 de outubro para 15 de novembro. Com o recrudescimento do cenário de contágio e os sinais de que o pico da Covid-19 ficou para trás, optou-se por manter tais prazos, com uma série de medidas de prevenção e segurança para tentar mitigar os riscos. Novos atrasos só tenderiam a criar uma situação de insegurança institucional, com precedentes perigosos.

Mesmo com os procedimentos a serem adotados, que procuram resguardar também os mesários, na teoria sob maior risco, por conta da sucessão de pessoas nas zonas eleitorais, há um justificado temor de muitas pessoas, a partir da experiência própria de filas e aglomerações nos locais de votação. O que as faz inclusive cogitar a possibilidade de não comparecimento, valendo-se da possibilidade de justificativa prevista em lei. Há ainda o caso de quem integra um dos grupos de risco e, por tal motivo, se sente desencorajado de cumprir o dever cívico.

Não se tem a ideia da situação vivida pelo país no que tange ao enfrentamento da pandemia daqui a dois meses. Espera-se que os números sejam menos preocupantes, o que criaria condições mais favoráveis para o comparecimento às urnas. Por outro lado, não se pode condenar o excesso de zelo em condições tão desafiadoras. Foi justamente desta forma que se conseguiu passar pelo pior momento.

É fundamental, no entanto, que não se comprometa ou prejudique o processo com uma potencial diminuição no número de eleitores. Em tempos nos quais a democracia é questionada e se sugere a volta a momentos de chumbo, não há melhor resposta do que fazer o papel cidadão e depositar no voto a esperança de mais trabalho em nome de cada um de nós. Até mesmo para que se tenha a autoridade de cobrar, exigir e questionar. A eleição pode ser diferente, mas sua importância não.
 

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