A força da coletividade na solução de problemas, algo que supera a ideia darwiniana de luta entre indivíduos por sobrevivência e perpetuação genética, é objeto de inúmeros estudos biológicos e sociológicos.
Mas não é preciso debruçar-se sobre artigos acadêmicos para constatar que o espírito de cooperação traz mais benefícios à evolução de algumas espécies do que atitudes isoladas de seus integrantes.
É assim, por exemplo, com alguns tipos de morcegos, que saem das cavernas em busca de comida e retornam para alimentar companheiros famintos; com abelhas que cometem suicídio ao ferroar agressores para defender a colméia; com peixes que formam cardumes gigantescos para afastar predadores.
Também é o que ocorre com os seres humanos, como mostrado nesta edição. São situações que podem parecer até triviais, pinçadas do cotidiano da capital, mas que demonstram inegavelmente o valor de ações conjuntas na solução de problemas que afetam as comunidades.
É o caso de moradores de um condomínio no bairro Cidade Nova, mobilizados para evitar o corte de uma árvore de mais de 40 anos pela prefeitura. Ou o de vizinhos de bairros reunidos para revitalizar e proteger praças importantes para o lazer e a socialização de crianças e adultos.
Ou, ainda, o de usuários do transporte coletivo de uma região da cidade que, associados e com o mesmo propósito, forçaram gestores municipais a criar mais pontos de parada do ônibus que dividem, na região central.
O fato é que a máxima de que “a união faz a força” é bem mais que um lugar-comum. Não importa a motivação ou o alvo das iniciativas comunitárias, cresce entre as pessoas a consciência de que, juntas, elas podem obter muito mais conquistas do que isoladamente.
Até no mundo dos negócios, atualmente, ganham cada vez mais campo palavras de ordem como co-criação, crowdsourcing e crowdfounding, termos em inglês que expressam a ideia da colaboração para a execução de projetos.
Seguindo essa lógica, não é demais lembrar que, nas eleições marcadas para amanhã, o ideal também é que o voto individual tenha como motor, bem mais que eventuais interesses particulares, o bem-estar coletivo.