A crise econômica e o desemprego elevado são alguns das explicações para a grande inadimplência que atinge o setor educacional privado, em Minas e no país.
Como momentos delicados como o atual requerem uma mistura de sensatez e criatividade, as soluções encontradas pelas partes têm chamado a atenção.
Há poucos dias, este jornal mostrou que a quantidade de pessoas em atraso nos pagamentos de mensalidades de colégios de faculdades da capital teve picos significativos, ao longo deste ano.
Entre instituições de ensino superior, o volume de inadimplentes chegou a bater os 35% do total de matriculados, em um único mês.
Dando continuidade ao assunto, esta edição apresenta casos de pais que, em dívida com os estabelecimentos e com o orçamento apertado, seja em razão do desemprego ou de outros fatores, firmaram acordos de permuta de serviços com as direções das escolas, com o intuito de garantir o estudo dos filhos.
Em conhecida faculdade de medicina do Estado, por exemplo, houve negociações que envolveram a realização de obras e até a produção e instalação de armários por responsáveis pelos estudantes, como forma de regularizar situações dessa natureza.
Vale destacar que tais medidas têm sido sugeridas pelos pais, por alunos e pelas próprias escolas, uma vez que reconhecem a incapacidade de pagamento de compromissos atrasados, em dinheiro.
Em outra vertente, colégios e faculdades têm oferecido grande abatimento de dívidas e descontos significativos para que estudantes possam matricular-se e garantir o andamento dos cursos. Houve, inclusive, promoções recentes ligadas à Black Friday, o saldão de produtos e serviços realizado na última sexta-feira, em alguns estabelecimentos.
O melhor caminho para tais impasses, sem dúvida, é a busca pela conciliação ou mesmo por permutas que possam ser interessantes e vantajosas tanto para quem paga quanto para quem cobra.
Com isso, evita-se a judicialização de casos e, claro, os contratempos que isso pode ser gerar. Acima de tudo, o que se deve perseguir é a preservação da garantia do direito à educação, preconizada pela Constituição.