Adultos sem vacina agem como crianças

17/07/2018 às 21:47.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:28


A ideia de que boa parte das pessoas deixa tudo para a última hora aplica-se não apenas a situações clássicas, como a entrega das declarações do Imposto de Renda ou as compras de fim de ano. Também vale para questões cruciais de saúde, como a imunização contra doenças.

Dados de autoridades da área apontam baixíssimos índices de cobertura vacinal, no país e em Minas, principalmente entre o público adulto – homens e mulheres na faixa etária de 20 a 59 anos. No caso, quatro importantes vacinas acabam sendo subestimadas: contra sarampo, caxumba e rubéola (a tríplice viral), difteria e tétano (a dupla bacteriana), hepatite B e febre amarela. 

De 1994 até este ano, segundo o Ministério da Saúde, a tríplice viral atingiu no país apenas 4,7% de cobertura entre os adultos. Já a imunização contra a hepatite B chegou a modestos 39,4% de cobertura na mesma faixa etária, praticamente repetindo o percentual da dupla bacteriana (39,9%). 

Apenas a vacina contra a febre amarela teve cobertura maior: em Minas, por exemplo, a imunização alcançou, este ano, 90% da população total, índice bem perto da meta, de 95%. O motivo para o sucesso, claro, foi o barulhento surto da doença, que tomou o noticiário por meses e deixou mais de 400 mortos em todo o país. O medo, afinal, muda hábitos.

O fato, porém, é que imunizar adultos tem sido um enorme desafio, no Brasil e no mundo. Em primeiro lugar, porque parece ser senso comum a ideia equivocada, segundo especialistas, de que “vacina é coisa de criança”. 
Outro problema é a “taxa de abandono”: quando uma vacina requer mais de uma dose para ter eficácia completa, os pacientes, por desleixo ou desconhecimento, tomam apenas a primeira e não voltam para completar a prevenção. 
A falta da carteira de vacinação entre a população com mais de 20 anos também explica a auto-negligência, já que o costume de guardar o documento com o devido zelo não é comum como deveria. 

Não custa lembrar que a saúde requer, antes de tudo, responsabilidade e compromisso das pessoas, consigo mesmo e com as outras – o que é, ou deveria ser, característica típica de gente adulta. 
 

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