BH no caminho certo. Interior, nem tanto

14/05/2020 às 19:54.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:30

A tecnologia se transformou em importante aliada nos esforços de enfrentamento à pandemia de Covid-19, ao agilizar análises e permitir tomadas de decisões mais adequadas, num cenário que ainda se mostra novo mesmo para os especialistas. Por meio dela, tem sido possível monitorar os índices de deslocamento da população e respeito às normas de isolamento social. Valendo-se do mapeamento via GPS dos telefones celulares. Sem que se identifique o usuário, consegue-se verificar se houve movimentação ao longo do dia que indique contrariedade às recomendações e normas.

Mesmo os que não são especialistas já sabem, ao som do noticiário que tem procurado reforçar a importância de permanecer em casa, quais são os índices ideais. Uma adesão de 70% é o número mágico, capaz de achatar a curva de contágio de forma acentuada, facilitar o atendimento aos infectados e reduzir o número de mortes. Por outro lado, considerando-se especialmente as condições das cidades maiores e a manutenção de atividades essenciais, alcançar 50% é a meta.

Curiosamente, a capital mineira consegue manter tal patamar, o que ajuda a explicar o relativo controle sobre a situação e um número de casos felizmente modesto em relação à média nacional. O mesmo não acontece considerando-se todo o estado. Que, segundo os últimos dados, registra média de 39,2%, a quarta pior do país. Algo que não combina com a realidade da epidemia no estado mas que, principalmente, acende o alerta para o risco de uma explosão de ocorrências até agora evitada.

Compreende-se as realidades distintas dos 853 municípios, ainda que mais de 800 delas tenham registrado ao menos um caso. Como também imagina-se que, diante das orientações do governo do Estado e do cenário atual, as prefeituras venham agindo com responsabilidade ao tomar decisões. Mas o isolamento social é algo que deve prescindir de determinações; medida tomada como forte instrumento de proteção e contenção da doença. Há, é verdade, a necessidade de manter a produção em vários setores e o funcionamento de atividades e funções essenciais. Não se pode, porém, baixar a guarda diante de um cenário que, nas palavras do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, “é apenas o início do surto”. Cabe a cada um fazer sua parte pelo bem de toda uma população, e em nome de uma retomada consciente e planejada, que impeça o surgimento de novas ondas de contágio.
 

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