BH paga pela ocupação desordenada

18/12/2016 às 18:20.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:08

Belo Horizonte foi a primeira cidade planejada do país. A cidade extrapolou e muito os limites imaginados ainda no Século 19 para a nova capital das Minas Gerais. A simetria dos quarteirões dentro do perímetro da avenida do Contorno contrasta com os caminhos tortos em locais que, se não foram construídos de forma irregular, cresceram assustadoramente em pouquíssimo tempo. Quando chove mais forte, esses pontos de ocupação desordenada sofrem com alagamentos. 

Conforme mostramos na edição de hoje, grande parte dos locais onde a água pode subir rapidamente em caso de um temporal não possuem qualquer aviso dos riscos de um pedestre ou um motorista serem pegos de surpresa. 

As placas colocadas pela atual gestão que orienta a população sobre os pontos de alagamento estão colocadas apenas naquelas regiões onde a situação é mais grave. Mas sair por aí fincando avisos em cada esquina não resolve problemas estruturais. 

Belo Horizonte sofre pelos anos em que passou com pouca fiscalização sobre ocupações de espaços por onde a água escoava em chuvas mais fortes. Além disso, a cidade paga o preço por obras de canalização de córregos e as tais “avenidas sanitárias”, que na maioria dos casos nada mais são que canalização de esgotos jogados onde havia em um passado não muito distante um curso d’água. Em nome de um trânsito mais ágil e de menos poeira, praticamente matamos vários rios e riachos da nossa cidade, restringindo eles a um caminho estreito de concreto. Mas a natureza sempre toma o lugar que é dela, na maior parte das vezes ela o faz com bastante força. 

Os moradores também têm grande parte de culpa nos problemas enfrentados por BH. A quantidade de lixo jogado nas ruas é gigantesca. São 400 toneladas por mês de resíduos que estavam dentro de bueiros que têm como principal objetivo escoar a água da chuva. 

Placas não garantem salvar vidas e consertar as canalizações é muito caro. Portanto, o trabalho de conscientização de famílias em locais onde há mais lixo sendo gerado é essencial para que o morador deixe de criar situações para a sua própria desgraça. Somente pela educação poderemos conseguir reduzir o problema do lixo na capital mineira e livraremos centenas de pessoas de grandes prejuízos. 

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