Boa sorte BH!

15/06/2017 às 17:02.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:06

Depois do trabalhador assalariado da iniciativa privada, as prefeituras devem ter sido as mais prejudicadas pela crise econômica. Afinal, a queda na receita foi gigante e, ao contrário das empresas comuns, elas não podem fazer cortes drásticos de pessoal, já que a maioria é concursado. Além disso, a maior parte dos recursos obtidos por meio de impostos fica com a União e Estados, embora seja o município o responsável pela administração de áreas essenciais na vida do cidadão, como saúde, educação e mobilidade urbana.

O projeto do orçamento para o ano que vem enviado para a Câmara dos Vereadores comprova que a capital mineira não passou imune à queda de arrecadação e prevê gastos menores. É um quadro que se repete na maioria das grandes cidades do país.

Esse orçamento também é importante fonte de análise porque é o primeiro definido pela nova gestão. Lá estão as áreas onde o novo prefeito pretende priorizar e quais receberão menos recursos. É um resumo do projeto que ele tem para a cidade.

Conforme apresentamos na edição de hoje, em primeira mão, Alexandre Kalil não terá fonte de recursos próprios para tocar investimentos na cidade. Os recursos para obras viriam de busca de financiamentos e parcerias. Também não há uma definição clara de quais obras serão feitas e em que áreas.

Esses tipos de acordos dependem muito da conjuntura do país. Apesar de sinais de recuperação, ainda estamos nos patamares econômicos de 2010, e recuperação é sempre mais lenta do que a queda. Segundo que, muitos dos parceiros das grandes cidades são bancos de fomento internacionais, e a credibilidade brasileira no mercado externo está bem abalada. Ou seja, o que vier, é lucro.

A administração Kalil apenas repete aquilo que mostrou durante toda a campanha eleitoral. Antes, falou o que vai fazer, mas não disse como. Na proposta de orçamento de 2018, ele aponta como, mas não detalha o que fará, para onde irá o dinheiro.

O que desejamos é sorte para Belo Horizonte na busca desses investimentos no ano que vem. Caso contrário, a capital mineira passará 2018 também praticamente parada no tempo. 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por