A Gol conta nos dedos os dias para a estreia da rota com destino ao Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, partindo da Pampulha. A venda de passagens segue a todo o vapor e a expectativa é a de que os Boeing 737-700, com capacidade para até 138 passageiros, possam decolar do terminal a partir de 22 de janeiro do ano que vem.
Esse foi o primeiro voo nacional anunciado na Pampulha depois da permissão concedida pelo governo federal para a Pampulha operar voos de grande porte. Outras companhias apresentaram seus pedidos junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), órgão que regulamenta o setor. Mas apesar da corrida contra o relógio, a volta dos grandes aviões ainda corre o risco de ir pelos ares.
Insatisfeita com a concorrência que o terminal representará para a BH Airport, concessionária do Aeroporto Internacional de Confins, parte da bancada mineira na Câmara Federal deu o grito. A última carta na manga para barrar a retomada da Pampulha é um projeto de Decreto Legislativo que objetiva suspender os efeitos da portaria do Ministério dos Transportes que viabilizou os voos de longa distância no terminal central.
O projeto foi protocolado pelo deputado federal Marcus Pestana (PSDB). Assim como ele, muitos parlamentares defendem a restrição dos jatos na Pampulha. Vale lembrar que foi durante a gestão dos tucanos à frente do governo estadual que Confins ganhou asas, com o desenvolvimento do Vetor Norte, construção da Cidade Administrativa e instalação da Linha Verde. Em contrapartida, Pampulha foi deixada às moscas.
A proposta do deputado será votada pelo plenário tão logo o Congresso retorne do recesso, em fevereiro. Até lá, fica valendo a regra atual, que libera os jatos.
O assunto é tão polêmico que nem os deputados mineiros se entendem. Para o vice-presidente da Câmara, deputado Fábio Ramalho (PMDB), não existe a menor possibilidade de o Ministério dos Transportes recuar.
Enquanto isso, a BH Airport apela para o poder judiciário. E afirma categoricamente que a volta dos jatos ao terminal concorrente trará prejuízos principalmente aos passageiros e ao desenvolvimento do Estado. Além disso, diz que está em xeque a credibilidade regulatória do país.