Cautela e educação ambiental

16/03/2018 às 21:35.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:54

Os belo-horizontinos enfrentaram ontem, mais uma vez, um temporal no fim de tarde. Nas ruas e avenidas, motoristas e pedestres entraram em desespero tentando se salvar nas vias alagadas, onde carros eram arrastados. Quem estava no trabalho ou em casa, apesar de protegido pelo teto, também entrou em pânico ao ver pelas redes sociais vídeos compartilhados pelos internautas mostrando a situação crítica do lado de fora, com carros boiando, com homens e mulheres em desespero. Foi a hora de ligar para o filho, o marido, a namorada (o) ... para saber se estava tudo bem.

Bairros também ficaram sem energia. E passado o pesadelo das primeiras pancadas fortes, a cidade ainda mergulhou no trânsito caótico até a noite. Esta novela se repete todos os anos com as chuvas que fecham o verão, época em que os cidadãos culpam o poder público por não realizar obras que possam evitar enchentes, mas se esquecem, porém, de fazer a sua parte. A primeira delas é respeitar o meio ambiente, não jogando lixo nas ruas. O excesso de resíduos descartados pelas pessoas nas vias é um dos principais responsáveis pelos alagamentos. Embalagens como garrafas, copos, papéis, sacolas e até pequenos objetos são descartados durante todo o ano nas calçadas, e, quando vem a chuva, os bueiros e galerias não conseguem ”engolir” todos esses resíduos que vêm carregados pela enxurrada.

A Defesa Civil e os bombeiros têm alertado a população sobre os riscos de se locomover de carro durante o temporal. No entanto, muitos motoristas insistem em seguir pelas ruas alagadas. Ao primeiro sinal de temporal, o ideal é que motorista pare e espere a tempestade passar. Pode ser difícil em meio ao dia atribulado pelo trabalho, mas é bem melhor perder um compromisso a enfrentar os riscos da enchente, que pode causar prejuízos materiais e até ceifar vidas. Além de acidentes de trânsito, é comum pedestres serem levados pelas enxurradas e caírem em bueiros. Transitar pelas ruas alagadas, em contato com as águas sujas, traz ainda o risco de doenças como leptospirose, doença infecciosa causada pela bactéria eliminada no ambiente pela urina de ratos, podendo levar a um quadro grave. Portanto, além de cobrar do poder público, vale fazer o dever de casa: cautela e educação ambiental não fazem mal a ninguém.
 

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