Combate à seca deve extrapolar paliativos

13/09/2018 às 00:11.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:25

De alguns anos para cá, a irregularidade na distribuição das chuvas vai se agravando e a estiagem fica cada vez mais longa, sobretudo no Sudeste do país e especialmente em Minas Gerais. 
Nas porções Norte e Nordeste do Estado, embora cortadas por rios importantes, como o São Francisco e o Jequitinhonha – cada vez mal-tratados e mais vazios –, a falta de água muda paisagens e traz enorme sofrimento para a população.

Este ano, contrariando previsões iniciais de que poderia haver um regime menos cruel de precipitações, o que se tem é não só a continuidade, mas a piora do quadro verificado em períodos anteriores. 
Dados da Defesa Civil indicam que 100 municípios mineiros, principalmente da região Norte, decretaram estado de emergência até agora em razão da ausência de chuvas e dos efeitos da seca. O número é 28% maior que o registrado no mesmo período de 2017.

Já há cidades fazendo racionamento do recurso, como Águas Vermelhas, Arcos, Capitão Enéas, Campos Gerais, Divisa Alegre, Montes Claros, Sardoá e Pedra Azul. Para se ter uma ideia da gravidade da situação, essa última não vê água caindo do céu há um ano. 

Muitas prefeituras também acusam níveis críticos em barragens construídas justamente para amenizar os efeitos do clima. Para citar apenas um exemplo, a Barragem de São Domingos, em Francisco Sá, opera, hoje, com 25% de sua capacidade. 

Enquanto as nuvens carregadas não surgem, órgãos responsáveis adotam estratégias paliativas para evitar a calamidade, estágio seguinte à emergência, conforme a classificação da Defesa Civil. As principais são a perfuração de novos poços artesianos – já que muitos dos existentes secaram –, o uso crescente de caminhões pipa e a suspensão temporária e alternada de abastecimento em bairros e áreas da zona rural.

Além de torcer para que a chuva volte, o que virou um exercício de pura fé, em tempos de aquecimento global, o que se espera é que o poder público encare com seriedade o problema. Gestão responsável de bacias hidrográficas, recuperação de rios e a promoção do uso sustentável dos recursos hídricos são medidas que poderiam amenizar, e muito, a situação. 
 

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