Covid e trânsito, espadas afiadas

14/12/2020 às 08:49.
Atualizado em 27/10/2021 às 05:18

A Covid e as 180 mil mortes que ela já causou no Brasil ajudaram a desviar o foco de um problema que ceifa vidas há muito tempo, também de forma crescente: a imprudência no trânsito. Por uns bons meses, a quarentena tirou veículos das ruas e das estradas, e não podemos nos esquecer de que a suspensão de festas, shows, eventos e até da venda de bebida alcoólica certamente dificultou que muita gente assumisse o volante após beber – proibição já prevista em lei, mas ignorada desde sempre por uma parte da população que insiste em colocar prazeres particulares acima do respeito ao próximo e até a si mesmo. 

Fato é que, agora, com muita gente retomando – porque quer ou por imposição de patrões ou das contas para pagar – a vida como era antes, mais automóveis voltam a circular, trazendo velhos riscos. E se, em plena pandemia, nove indenizações já eram pagas por dia, em média, por morte em acidentes de trânsito em Minas, a tendência agora é a de que esse número aumente, mostrando que há pelo menos duas “espadas afiadas” sobre nossas cabeças quando colocamos o pé para fora de casa. 

O que muita gente ainda não se deu conta é de que neste cenário de casos de Covid em alta o aumento nos acidentes de trânsito é quase como criar uma disputa em hospitais por profissionais, leitos, medicamentos. Por isso, a ordem, mais do que nunca, é redobrar a atenção ao volante. Por si, pelos outros, pelos médicos, pelos enfermeiros, pelo sistema de saúde. Para que ninguém seja obrigado a ter que escolher entre prestar socorro para a vítima do coronavírus ou para a vítima do asfalto. 

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