Depois de cinco anos, quando foi discutida pela última vez, em 2013, possível e frustrada licitação para instalação de um crematório público em Belo Horizonte, o assunto retorna, finalmente.
Em portaria publicada na edição de ontem do Diário Oficial do Município, a PBH criou um Grupo de Trabalho (GT) para estudar o assunto, formado por representantes das Secretarias Municipais de Fazenda, Planejamento Orçamento e Gestão e Fundação de Parques e Zoobotânica.
Com duração de 30 meses, o GT também ficou incumbido de avaliar medidas para revitalizar e modernizar os quatro cemitérios públicos da cidade.
No caso do crematório, a ideia inicial, segundo a portaria, seria a de que a unidade fosse construída no Cemitério da Paz, na região Noroeste.
Obviamente, o projeto só sairá do papel após uma série de estudos de viabilidade técnica e financeira. Afinal, empreendimentos assim demandam recursos financeiros e técnicos para instalação e manutenção. Por causa disso, não estariam descartadas parcerias público-privadas.
Contudo, caso se concretize, a iniciativa, que já existe em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, seria altamente positiva para a cidade e seus habitantes, e em vários sentidos.
A racionalização do espaço das necrópoles públicas da capital e benefícios diretos aos cidadãos, com a esperada redução de preços dos procedimentos, na comparação com os atualmente cobrados por empresas privadas, seriam vantagens a se destacar.
Além disso, os custos anuais com a manutenção de milhares de túmulos, que fazem com que muitas famílias acabem perdendo a concessão de jazigos nos cemitérios municipais, por falta de pagamento de anuidades, seria diminuída.
Mencione-se ainda que, sob o ponto de vista ambiental, a cremação supera os sepultamentos tradicionais.
Corpos incinerados a temperaturas corretas, conforme especialistas, formam resíduos inertes que podem ser dispensados em aterros sanitários. Já nos enterros comuns, há sempre o risco de contaminação do solo e dos lençóis freáticos.