Debate cada vez mais necessário

18/01/2017 às 21:24.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:28

Termina hoje a séria de reportagens “Drogas S.A.” apresentada pelo Hoje em Dia pelas mãos das repórteres Tatiana Moraes e Tatiana Lagoa. Foram três dias em que colocamos a discussão sobre os impactos que o consumo e o tráfico de drogas causam em vários setores do país, como o financeiro, o econômico e de saúde pública. 

A abertura da série foi justamente com o ponto mais polêmico. Falar em legalização da maconha ou de outras drogas sempre provoca reações extremas, tanto de quem defende ou é contra. Pudemos sentir isso nas nossas redes sociais, principalmente de pessoas contrárias à regulamentação do comércio. 

Aproveitamos par esclarecer que não houve nenhuma intenção em fazer alguma apologia à liberação de qualquer substância ilícita. Apenas mostramos o que o Estado poderia ganhar em termos de regulamentação, em um sistema que já funciona em vários países, em uma época em que todos os poderes sofrem com cofres vazios. 

No entanto, muitas pessoas que comentaram a reportagem não se posicionaram contra a legalização em se, mas contra uma nova fonte de arrecadação, sendo que o Brasil já tem tributo demais e que o ideal é fazer com que haja menos desperdício. É um outro aspecto, que deve ser respeitado. 

Mostramos ainda o impacto do consumo de drogas para as empresas com o afastamento de cerca de 32 mil pessoas dos postos de trabalho por ano por causa do consumo e consequências. 

Na edição de hoje complementamos com o custo do tratamento dos dependentes químicos. Claro que uma possível legalização não envolveria todos os tipos de substâncias, nem acabaria com todos os viciados. Mas a arrecadação sete vezes maior que o custo daria tranquilamente para bancar os tratamentos dos pacientes, que poderiam se tornar mais eficazes e atingir também um maior número de pessoas. 

A discussão sobre a maneira como o brasileiro deve tratar as drogas, e todas as suas consequências, se faz cada vez mais urgente no país. Quanto mais cedo fizermos esse debate maior a probabilidade de conseguirmos algum sucesso. Mas se nada for feito, chegaremos sem dúvida a um ponto em que não haverá mais solução. 

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