Desafio de evitar a contaminação econômica

06/02/2020 às 19:46.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:33

O crescimento no número de casos de contágio pelo novo Coronavírus constitui uma questão de saúde global. Não só a China, berço da epidemia, como grande parte do mundo trabalha de forma intensa para barrar a expansão da enfermidade. Ainda que o percentual de letalidade seja considerado limitado (em torno dos 2%), a transformação do episódio em pandemia teria efeitos catastróficos, considerando apenas o aspecto clínico.

Há ainda outra questão subjacente que vem movimentando o cotidiano de outro tipo de profissionais que não os médicos. Economistas e especialistas em negócios e finanças se debruçam sobre os possíveis cenários, que vão muito além da montanha russa das bolsas de valores. 

Não há como ignorar que a China, por se constituir no país mais populoso do mundo (e uma de suas locomotivas econômicas), impacta diretamente o comércio internacional. Nos dois sentidos: não só é um dos maiores produtores de eletrônicos e  de tecnologia, como também um ávido consumidor de matérias primas e insumos.

A mobilização vivida no país, com o isolamento de populações nas regiões de maior incidência do vírus e os processos de quarentena incidem diretamente na saúde econômica do gigante asiático. As pessoas orientadas a permanecer em suas casas desfalcam a força de trabalho. E o foco, ao menos no que diz respeito à administração pública, está no enfrentamento da intempérie – como pode ser visto na construção em tempo recorde de hospitais para receber milhares de pacientes.

Para quem depende do mercado chinês como importador e exportador, o período é de justificada apreensão, à espera de sinais definitivos que transformem as conjecturas em questões concretas. Não se sabe se o tsunami econômico efetivamente virá, mas é prudente a cautela. O que interfere em planos de negócios; expansão e/ou contração; contratações e dispensas.

É impensável, nos tempos atuais, ignorar o mercado chinês – voraz comprador do minério de ferro mineiro, por exemplo. Para empresas grandes e pequenas, trata-se de parceiro fundamental. A questão do Coronavírus, no entanto, mostra como é fundamental diversificar mercados e evitar a concentração de apostas em um só deles, por mais virtuoso e promissor.

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