Duplo (e necessário) exercício de paciência

29/01/2020 às 19:39.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:28

As chuvas que assolam Belo Horizonte e a Região Metropolitana neste mês de janeiro vêm provocando efeito cada vez mais devastador na infraestrutura urbana.

Para além das tristes fatalidades; dos deslizamentos e das pessoas obrigadas a deixar suas residências, há uma realidade que atinge os habitantes da capital e entorno como um todo: a interrupção de ruas e avenidas em diversas regiões e a necessidade de obras não apenas emergenciais, mas de recuperação integral, que demanda tempo.

Tempo que o prefeito Alexandre Kalil fez questão de destacar, não será pouco, não por falta de empenho ou verba. Com uma prudência correta para o cenário, ele lembrou que há previsão de mais chuvas, o que empurraria as principais ações para março ou abril, no melhor dos casos. Por isso o pedido de paciência, acompanhado da garantia de que a cidade será integralmente reconstruída.

Ao mesmo tempo, a próxima segunda-feira marca a volta de BH à rotina pós-férias escolares, com o retorno do contingente de população que deixou a cidade no período; assim como a retomada dos horários habituais dos ônibus e pelo menos 50 mil veículos a mais circulando por dia no perímetro da avenida do Contorno. O que, por si só, já exige um pouco mais de calma e é sinônimo de trânsito quase caótico. Realidade que os belo-horizontinos conhecem bem.

A soma das duas circunstâncias desenha um panorama preocupante, que certamente colocará à prova não só a paciência dos cidadãos, mas mesmo a vida normal da cidade; o funcionamento de comércio e serviços. Tanto mais diante de um quadro que, infelizmente, se mostra distante do definitivo. As cada vez mais certeiras previsões meteorológicas justificam um alerta contínuo, com perspectiva de volumes ainda mais impressionantes de chuva.

Resiliência é uma palavra que se aplica bem ao que vem pela frente. Será necessária para superar um momento difícil como poucos nos 122 anos da capital mineira.

De forma solidária, com a compreensão de que a rotina será ainda mais exigente por um bom tempo, em meio às incontáveis marcas deixadas pelos temporais.

Diante da certeza de que as intervenções definitivas exigirão muito planejamento e tempo, e que o mais importante no momento é prevenir e se proteger, fica a torcida para que o pior tenha passado.

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