Etanol competitivo é bom para o mercado

12/07/2018 às 19:47.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:22



A greve dos caminhoneiros, que parou o país em maio, chamou a atenção da população para problemas específicos da categoria, claro. Mas, principalmente, lançou holofotes sobre a polêmica política de preços da Petrobras, que vigorava desde outubro de 2016. 

Foi como se, motivada pelo noticiário e pelos efeitos dramáticos da paralisação, a maioria dos brasileiros acordasse para o fato de que os valores do diesel - preocupação principal dos caminhoneiros - e da gasolina estivessem sendo reajustados quase que diariamente. 

A gasolina, em maio, é bom lembrar, chegou a vencer a barreira dos R$ 5 o litro em postos da capital, depois de aumentos em série que vinham fustigando a paciência e a compreensão dos consumidores.

Desde o começo do ano, motoristas de todo o país, inclusive de Minas, assustados com a oscilação dos preços dos derivados de petróleo nas bombas, já vinham dando relativa preferência ao etanol para abastecer os veículos. Com o movimento grevista, a adoção dessa alternativa disparou. 

O resultado foi um boom na produção do combustível extraído da cana de açúcar, cujo preço, dependendo do percentual que atinja em relação ao valor da gasolina, tem sido incontestavelmente mais atraente. 

Em Minas, terceiro Estado brasileiro na produção de etanol, o acumulado gerado pelas usinas, de janeiro a maio, foi 85% superior ao mesmo período de 2017. Apenas em junho, na Região Centro-Sul do país, o volume vendido pelo setor registrou elevação de 47,8% em relação ao que foi comercializado em igual período do ano passado. 

Os empresários do setor surcroalcooleiro, obviamente, estão empolgados com o cenário e têm priorizado a produção do etanol sobre o açúcar. Basta dizer que, apenas na última quinzena de junho, das 45,31 milhões de toneladas obtidas por meio da moagem de cana, só 37,6% foram destinadas à fabricação de açúcar.

Resta saber agora se, como já ocorreu em outras ocasiões, quando o álcool para veículos experimentou bons momentos de mercado, os preços vão continuar competitivos. O que se espera, no mínimo, é que o etanol não desapareça dos postos, também a exemplo do que já aconteceu, apenas para forçar reajustes. 
 

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