Fim do sossego

18/07/2017 às 20:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:38

O clima de tranquilidade e aconchego característico de cidades do interior de Minas está cada vez mais raro ultimamente. As ações de grupos de assaltantes com o objetivo de roubar dinheiro de caixas eletrônicos de bancos estão crescendo em municípios de pequeno porte. As cidades de regiões mais afastadas, como o Norte de Minas e o Alto Paranaíba, vem sofrendo com essas quadrilhas de maneira mais acentuada do que em outras áreas do Estado. 

A soma do entroncamento de rodovias federais importantes, com a imensa quantidade de estradas vicinais em meio a grandes propriedades rurais e o natural baixo efetivo policial, devido aos baixíssimos índices de criminalidade, contribui para atrair a ação desses bandidos, que usam armamento pesado para amedrontar os moradores. 

Além do trauma pelo qual parte da população passa em uma ação como essa, o tipo de roubo com explosivos tem consequências para o cotidiano de centenas ou milhares de pessoas. Na grande maioria dos casos, as agências são completamente destruídas pelos artefatos e ficam inutilizadas por um longo período de tempo. Muitas vezes, trata-se do único posto bancário do município, afetando desde a administração pública, passando por produtores rurais e até o comércio. A economia local simplesmente para.

Não é razoável pensar em colocar mais policiais em cada municípios de Minas. Não há gente nem recurso para isso. E, afinal, os bandidos estudam as rotinas dos estabelecimentos e das cidades, à procura de brechas para agir. 

Mas o que o Estado pode e deve fazer é reforçar a investigação para que as quadrilhas sejam apanhadas antes de praticar os crimes e colocar a vida de tantos cidadãos em risco. Como um dos especialistas ouvidos por nossa reportagem destaca, são delitos que permitem uma certa previsibilidade, já que precisam ser planejados com bastante antecedência. 
Outro aspecto que ajudaria no combate à prática criminosa é uma parceira maior entre os órgãos de fiscalização, incluindo polícias Civil, rodoviárias e até o Exército, que é o responsável pela fiscalização do comércio e do transporte de explosivos, comumente usados pelos grupos de assaltantes. 

Se essas ações não forem combatidas, definitivamente, não haverá mais lugar seguro. 

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