Lixo em local proibido é falta de civilidade

13/07/2018 às 20:06.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:24


O descarte irregular de lixo, prática, infelizmente, ainda comum em Belo Horizonte, é uma das provas de que a população não faz sua parte para aumentar a qualidade de vida na própria cidade.
Levantamento da Prefeitura mostra que existem hoje, em diversas regiões da capital, 750 pontos não autorizados de desova de resíduos, mesmo com avisos de que isso não poderia ser feito nesses locais. 
Por dia, são 282 toneladas jogadas clandestinamente em sítios inapropriados, ou mais de 10% do que a cidade produz diariamente. Por ano, o volume é de 114 mil toneladas de materiais diversos que provocam não apenas mau cheiro e desconforto visual.

O lixo, todos sabem, ou deveriam saber, atrai animais, como ratos e escorpiões, e traz risco real de disseminação de doenças, como diarreia, hepatite e a leptospirose, transmitida pelos roedores.
Na época das chuvas, a situação piora: com a água parada entre os montes de resíduos, os bota-foras viram locais mais que adequados ao surgimento de criadouros do Aedes aegypti, vetor da dengue, da chikungunya e da zika. 
A céu aberto, os lixões irregulares também costumam ser carreados pelas enxurradas, entupindo bueiros e provocando inundações. Em qualquer chuva mais forte, é o que se vê depois que a água baixa em ruas e avenidas: montanhas desse tipo de material obstruindo as vias de vazão pluvial. 

O enfrentamento do problema é complexo. Por mais que servidores da limpeza urbana retirem o lixo clandestino, jogado sem pudor em áreas de proteção ambiental, lotes vagos, esquinas pouco movimentadas, canteiros de avenidas e beiras de córrego, os sujões sempre reaparecem. 

Muitas vezes, relatam testemunhas, são moradores de outros bairros ou regiões, que agem na calada da noite e depositam lixo longe de suas casas – o que denota uma manifestação cristalina de egoísmo e de falta de civilidade. 
A solução seria tornar mais rigorosa a fiscalização e ampliar o sistema de coleta. Mas cabe também insistir em campanhas que melhorem a “percepção sanitária” da população e enfatizem os benefícios de ações como a reciclagem, o reuso e o consumo consciente, com os quais se reduz o volume do lixo produzido. 
 

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